segunda-feira, 14 de maio de 2007

Um pouco do XXVII EEG, em Santa Maia - RS


Estou retornando de uma breve viagem que fiz a cidade de Santa Maria - RS, para participar do Encontro Estadual de Geografia. Não conhecia essa cidade e fiquei surpreso com o seu poder. Sim poder, é a maior concentração militar do Brasil, isto é, ela tem uma quantidade de quartéis que não é superada em nenhuma outra localidade. Possui também, um grande contingente de estudantes, estão ali localizadas sete universidades, sendo que a maior é a Federal de Santa Maria.


Localizada na região central do estado, mais precisamente na Depressão Periférica, na borda do Planalto. São aproximadamente 250 mil habitantes que têm residência fixa e mais uns 30 mil “flutuantes”, entre militares e estudantes. Fiquei surpreso com o movimento pelas ruas, realmente parece uma “cidade grande”, com suas facilidades, mas também com os problemas característicos de cidade grande. Na sexta-feira à tarde, antes da programação noturna do Encontro, fiz a minha corrida básica de quarenta minutos, percorrendo diversas ruas, nesse horário o movimento é bem significativo.


O encontro estava ótimo, bem organizado, grande participação, temas importantes foram discutidos sendo que, poriam ser mais aprofundados, os que tratam da inserção dos profissionais de Geografia às novas tecnologias. Esse tema foi tratado de forma generalista, quase uma introdução. Talvez pela teimosia de alguns que vêem na Geografia, apenas como uma ciência humana e crítica, torcendo o nariz para os novos tempos.


As novas tecnologias, ao meu ver, estão aí para serem utilizadas como mais uma ferramenta disponível, para que nós, geógrafos, possamos emprega-las nas nossas análises e estudos geográficos. Sobretudo o Geoprocessamento, as ferramentas em Sistema de Informações Geográficas (GIS), Sistema de Posicionamento Geográfico (GPS), Internet, etc. Vejo que os nossos encontros deixam a desejar nessa área, mais profissional, mais prática. Temos de buscar preparar o geógrafo para esses novos tempos se não, deixamos uma lacuna que é prontamente ocupada por profissionais de outras áreas, principalmente os engenheiros, que tem uma visão mais aberta aos avanços tecnológicos.


O próximo encontro, em 2008, será realizado em Bento Gonçalves, uma bela cidade da serra gaúcha. Esperamos que a AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros, seção Porto Alegre, seja sensível aos novos rumos e às novas tecnologias. Fui convidado, pela diretoria, a participar de uma câmara técnica, para ajudar a pensar esse novo encontro. Durante as conversas, ficou claro que temos de qualificar o encontro, trazendo empresas, instituições e profissionais que atuam na área das geotecnologias. Mostrar produtos (softwares) e equipamentos disponíveis e as suas utilidades.


Os geógrafos não podem ficar a margem. Não devem se eximir de sua responsabilidade na busca de uma sociedade mais espacialmente e ambientalmente equânime. A nossa formação é diferente das outra áreas que estão competindo com nós. Temos a visão do todo. Podemos e devemos ser sujeitos úteis nas transformações que o Brasil e o Mundo precisam.

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