quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Relatório mostra que crédito ambiental do planeta se esgotará em 2030


Se fala muito na crise do mercado global do capitalismo. Mas não se diz uma só palavra sobre a crise ambiental que a Terra está enfrentando.


O consumismo desenfreado, fomentado pelo capital (que precisa do lucro para soberviver), está matamdo a "galinha dos ovos de ouro". Em breve, a Terra deverá entrar em colapso (o que já pode ser sentido através da perda da biodiversidade, do aquecimento global, por exemplo), levando a humanidade a um beco sem saída.


O relatório Planeta Vivo 2008, publicação bianual da Rede WWF, mostra que, caso o modelo atual de consumo e degradação ambiental não seja superado, é possível que os recursos naturais entrem em colapso a partir de 2030, quando a demanda pelos recursos ecológicos será o dobro do que a Terra pode oferecer.


Alguns países, como os EUA e a China, demandam mais que sua biocapacidade (aquilo que seus ecossistemas são capazes de oferecer), se caracterizando como “países devedores ecológicos”. Outros, como o Brasil, por exemplo, são “países credores ecológicos”, pois ainda possuem mais recursos ecológicos do que consomem, e usualmente “exportam” sua biocapacidade para os devedores.


É por isso que “países devedores ecológicos” mandam para o Brasil as suas corporações, para levar aos seu países de origem, a nossa riqueza.


Veiam a matéria completa aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Venha participar dessa Aula Grátis de História

Venha participar dessa Aula Grátis de História, promovida pelo Pré Vestibular Popular, em preparação para o Vestibular da UFRGS 2009.

Tema: II Gurra Mundial e Guerra Fria e seus desdobramentos.

Quando: domingo dia 02 de novembro de 2008, às 9 horas

Onde: Rua dos Andradas N° 691 sala 11 - Centro - Porto Alegre.

Inscrições pelo site: www.pvp.ongep.org

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Algumas fotos minhas

Pôr do sol em Sâo Borja/RS- Brasil

Um dia frio e de vento na orla do Guaíba - Porto Alegre/RS - Brasil

Uma cena no Parque Estadual de Itapeva, Torres/RS - Brasil


Entardecer da janela de minha casa, Porto Alegre/RS - Brasil



Arredores de Bento Gonçalves/RS - Brasil




segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eleição em Porto Alegre: mais quatro anos de Foga$$a

Não posso deixar de tecer alguns comentários sobre a reeleição do Foga$$a aqui para a capital do "bovinão", Porto Alegre.

Foga$$a fez uma campanha "certinha", com chavões milimétricante elaborados por marqueteiros tarimbados que agradou em cheio o eleitorado (conservador).

O prefeito virtual (que somente saiu para rua para se reeleger), contou com a complacência da mídia gaudéria (assim como tem a Yeda), que não repercutiu os desmandos e a ineficiência administrativa do novamente alcaide da "mui leal e valorosa".

Utilizou-se muito bem da obras eleitoreiras (aquelas feitas às pressas para "dar voto"), tais como o recapeamento asfáltico de ruas centrais, entrega de casas, revitalização da orla do Guaíba para a Pepsi, etc.

Ele adonou-se de obras do PT, como o conduto Álvaro Chaves, das casas populares, até mesmo da duplicação da Diário de Notícias, conseguidas por Raul Pont, para a liberação do Shopping Barra Sul.

E, é óbvio, o cultivo da velha tática de alimentar o surrado anti-petismo.

E no segundo turno, o famoso "todos contra um", os mesmo os partidos que bateram no Foga$$a no primeiro turno, correram para seus braços (todos contemplados com CCs, é claro), num frentão anti-petê.

Mas, por outro lado, o que muito ajudou sua vitória, foi o próprio PT. Que não se empenhou em nada na campanha da Maria do Rosário. Isto foi fruto de uma convenção manipulada pela corrente do José Dirceu que, com muita grana, fez de Rosário a candidata do PT, em detrimento de Rossetto (que no meu ponto de vista, teria mais condições políticas e experiência para, quem sabe, vencer a eleição).

O discurso da Maria foi morno, sem aprofundar, igual a do próprio Foga$$a. Ela não conseguiu se posicionar como uma nova maneira de governar, o contra-ponto. E, como era tudo igual, o eleitor optou por dar mais quatro anos de atraso para a cidade (é claro que para os ricos não).

Mas de qualquer forma, do jeito que se apresentou esta eleição, o PT saiu de forma digna desta eleição. Elegeu a maior bancada na Câmara, e a Maria do Rosário fez 41% de votos no segundo turno (bem mais do que os 23% do primeiro). Estes números mostra que, o Partido dos Trabalhadores tem cacife e é a segunda força em Porto Alegre.

De resto, se viu uma divisão da esquerda, que ajudou a direita a reeleger o poeta. Mostrou um equívoco político do PC do B em coligar-se com o PPS, onde a Manoela achou que tinha grande apoio, acabou a eleição derrotada, com o PPS elegendo três vereadores e o PC do B nenhum.

Penso que está na hora do PT fazer uma avaliação (e penso que já está fazendo) do cenário político para 2010, pois com o que estamos vendo do desgoverno Yeda, dá para o PT chegar ao Piratini.

E no Brasil, o Partido dos Trabalhadores foi muito bem, cresceu seus eleitores e o número de cidades conquistadas, principalmente em cidades com mais de 250 mil habitantes.

E como diz o Olívio... BOA LUTA COMPANHEIROS

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Apesar da crise, desemprego fica em 7,6% em setembro, estável em relação a agosto


Parece que ainda não estão se refletindo no Brasil, os efeitos da crise do capitalismo globalizado.

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ficou estável em setembro, em 7,6%, mesmo índice verificado no mês anterior, informou nesta quinta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a setembro do ano passado (9%), o índice recuou 1,4 p.p. (ponto percentual).

É o melhor resultado para um mês de setembro, e o segundo melhor da série, atrás apenas de dezembro de 2007 (7,4%).

O contingente de desocupados totalizou 1,8 milhão de pessoas no total das regiões pesquisadas. Isso indica estabilidade em relação a agosto, e caiu 13,2% na comparação com setembro de 2007.


Talvez isto se deva a uma entrada maior de Dólares pois, os investimentos estrangeiros no setor produtivo do país atingiram em setembro o segundo maior resultado da série histórica do Banco Central, iniciada em 1947.

Segundo dados do BC, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 6,258 bilhões no mês passado, atrás apenas do resultado registrado em junho do ano passado (US$ 10,3 bilhões).


Pode ser muito cedo para se tirar conclusões a respeito dos efeitos da crise no Brasil, mas com certeza, o País está mais forte e com uma economia encorpada. Alguns, como a pseudo-comentarista econômica da Globo, Míriam Leitão, insistem em criticar a política econômica adotada pelo Governo Lula. Mas na prática, esta mesma política, esta se mostrando eficaz para o momento.


Espero que continue assim...

George Soros e a crise: o que deu neste homem?



Dá prá acreditar que o mega especulador George Soros, dono de uma fortuna avaliada em torno de U$ 8,5 bilhões (a custa de quanta gente passando fome?), fala da necessidade da mudança de paradigma do cenário econômico-financeiro do capitalismo globalizado, para superar a atual crise.

Em uma entrevista ao jornalista norte-americano Bill Moyers, Soros, que está promovendo seu novo livro, The New Paradigm for Financial Markets: The Credit Crisis of 2008 and What It Means, onde ele prega que, "os negócios verdes podem ser o novo motor da economia mundial".


Ao ser questionado sobre o que é preciso fazer para combater a atual crise financeira, Soros disse que, além de lidar com o rombo das hipotecas e recapitalizar os bancos, é preciso investir em soluções para o aquecimento global. Como reduzir o consumo, diminuir a dependência do petróleo e apostar em uma matriz energética mais limpa.


Em suma, Geiorge Soros, agora, é um socialista!

Então, o que dirão seus seguidores?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Geografia e o estudo da paisagem


Este artigo será publicado brevemente em um livro organizado pelo Prof.Dr. Roberto Verdum, do Departamento de Geografia da UFRGS. Esta publicação pretende ser uma referência para os estudos sobre a paisagem, tema que ganha força no Brasil, onde ainda existem poucas publicações a respeito.


A Geografia e o estudo da paisagem


A paisagem, em uma definição mais abrangente, pode ser entendida como a composição de elementos da natureza no espaço, dentre os quais a fauna e a flora, o homem e as edificações que constrói com a sua ação no espaço geográfico. A Geografia, enquanto ciência, estuda a paisagem por deferentes vertentes do pensamento geográfico de distintas maneiras. Mas todas têm como consenso, que a paisagem, é a materialização resultante da interação do homem e os elementos da natureza.


A paisagem também pode ser tudo que pode se ver num lance de vista ou o "conjunto de componentes naturais ou não de um espaço externo que pode ser apreendido pelo olhar" (HOUAISS, 2001, p. 2105). A polissemia da paisagem traz consigo muitas definições. Entre estas, para Santos (2002), "a paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas reações localizadas entre homem e natureza". Santos, aqui, agrega à paisagem o fator da temporalidade na sua constituição.

Assim, ao longo da história, as diferentes abordagens sobre paisagem tentam não somente descrevê-la enquanto conceito geográfico. A paisagem é diferenciada e compartimentada entre paisagem natural, que reflete a interação dos elementos naturais (relevo, vegetação, solo, rios, etc.) e paisagem cultural, como o resultado da ação do homem e da sociedade sobre a natureza, da qual resulta os espaços urbanos e rurais. Mas, também, a paisagem como objeto que pode ser sentida pelo homem, trazendo-lhe inúmeras sensações e sentimentos.

Berque (1998) afirma que a paisagem é uma marca, pois expressa uma civilização, mas é também uma matriz, porque participa dos esquemas de percepção, de concepção e de ação – ou seja, da cultura, que canaliza, em um certo sentido, a relação de uma sociedade com o espaço e com a natureza e, portanto, corresponde a paisagem do ecúmeno.

Bertrand (1968), ao propor o estudo de Geografia Física Global, pensou a paisagem como "resultado sobre uma certa porção do espaço, da combinação dinâmica e, portanto, instável dos elementos físicos, biológicos e antrópicos, que, interagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável em contínua evolução". A paisagem também pode ser tida como a "configuração de símbolos e signos" (COSGROVE e JACKSON, 2003, p. 137), sendo que a "linha interpretativa da Geografia Cultural recente desenvolve a metáfora da paisagem como ’texto’, a ser lido como documento social".

Dessa maneira, o estudo geográfico da paisagem apresenta dois enfoques principais. Um que a considera total e a identifica como o conjunto do meio, contemplando a este como indicador e síntese das inter-relações entre os elementos inertes: rocha, água e ar, e os vivos: plantas, animais e homem. E o outro, que considera a paisagem visual percebida como a expressão dos valores estéticos, plásticos e emocionais do meio.

A paisagem, em seu conjunto, reúne todos esses fatores, e aos quais se adiciona a possibilidade de valores expressivos e de significação cultural. Os mesmos podem compreender conteúdos estéticos e conotações significativas, constituindo-se como um tema de inspiração para o homem.
Ao tratar sobre a origem e a conformação do processo de produção de uma paisagem, seja ela natural ou cultural, intervém um conjunto de fatores geológicos, geográficos e biológicos, que não permitem analisá-la como ente independente do ser humano e sobre sua incidência no mesmo, posto que sua ideologia, desenvolvimento e cultura modificam em maior ou menor grau tais fatores. Essa correlação entre o homem e esses fatores daria lugar à história de uma paisagem. Não se pode realizar uma análise específica de um lugar sem considerar os aspectos gerais, que tornariam esse estudo mais completo.

Em "The Morphology of Landscape", Sauer (1925) argumenta que a paisagem geográfica é formada pelo conjunto de formas naturais e culturais associadas a uma dada área e analisada morfologicamente, a integração das formas entre si e o caráter orgânico delas. Portanto, a paisagem cultural ou geográfica é uma resultante da ação, ao longo do tempo, da cultura sobre a paisagem natural. Sauer também considera que a "paisagem possui uma identidade, sustentada por uma constituição reconhecível, limites e uma relação com outras paisagens, para construir um sistema geral".

O estudo da paisagem cultural proporciona uma base para a classificação regional, possibilita um insight sobre o papel do homem nas transformações geográficas e esclarece sobre certos aspectos da cultura e de comunidades culturais em si mesmas. Busca diferenças na paisagem que possam ser atribuídas a diferenças de conduta humana sob diferentes culturas, e procura desvios de condições "naturais" esperadas, causados pelo homem.

A paisagem cultural aborda a associação de características humanas, biológicas e físicas sobre a superfície da Terra (especialmente as que são visualmente perceptíveis), alteradas ou não pela ação humana. Como a paisagem, é considerada a materialização da ação humana no espaço, através da necessidade de adaptação à sobrevivência do homem na natureza, e, atualmente, a sociedade, de alguma maneira, está presente em quase toda a superfície terrestre, podemos dizer que, nessas circunstâncias, não mais existe uma paisagem natural. Haja vista que toda a paisagem, mesmo que aparentemente intocada, já perdeu a sua "naturalidade", pois foi, segundo Santos (2002), coisificada. Mesmo que o homem não tenha nela colocado os seus pés, já lhe foi atribuído algum significado e, portanto, faz parte de uma cultura, até mesmo de uma cultura capitalista, na qual faz parte o "racionalismo econômico" (LEFF, 2006) a tudo dá valor. Assim sendo, mesmo de maneira genérica, poder-se-ia dizer que toda a paisagem é cultural, pois mesmo nos recantos intocados das florestas tropicais há a incidência dos valores sociais atribuídos pelo homem.

Tomando como base essas definições, podemos dizer que:

"[...] a paisagem que vemos hoje não será a que veremos amanhã e nem tão pouco é a que foi vista ontem, pois a paisagem é produzida e reproduzida no decorrer do tempo, através da ação do homem e da sociedade sobre o território, levando em conta que cada ator social tem seu tempo próprio no espaço. Assim, a paisagem é por conseguinte objeto, concreto, material, físico e efetivo e é percebida através dos seus elementos, pelos nossos cinco sentidos, é sentida pelos homens afetivamente e culturalmente". (BERINGUIER, 1991, p. 7)

A paisagem como suporte para a leitura da percepção

A percepção da paisagem tem como pressuposto que seja produzida segundo a cultura das pessoas que nela estão inseridas. Assim, não há como entender a paisagem sem levarmos em consideração os preceitos metodológicos e teóricos da Geografia Cultural.
A Geografia Cultural é tida como um ramo das ciências geográficas preocupado com a distribuição espacial das manifestações culturais, como: religiões, crenças, rituais, artes, formas de trabalho; enfim, tudo que é resultado de uma criação ou transformação do homem sobre a natureza ou das suas relações com o espaço, seja no planeta, em um continente, país, etc. A exemplos dos estudos sobre: "espaço e religião; espaço e cultura popular; espaço e simbolismo; paisagem e cultura; percepção ambiental e cultural; espaço e simbolismo..."(CORRÊA, 1995, p. 03-11).

Atualmente, pode-se pensar na Geografia Cultural como aquela que considera os sentimentos e as idéias de um grupo ou povo sobre o espaço a partir da experiência vivida. Trata-se de uma geografia do lugar. Também pode ser considerada como a dimensão espacial da cultura. Tradicionalmente, desde o começo do século XX, essa dimensão espacial tem sido focalizada por intermédio de temas como os gêneros de vida, a paisagem cultural, as áreas culturais, a história da cultura no espaço e a ecologia cultural. Para Cosgrove (2003, p. 103) "a tarefa da Geografia Cultural é apreender e compreender a dimensão da interação humana com a Natureza e seu papel na ordenação do espaço".

Como dito anteriormente, é impossível falar na Geografia Cultural sem citar Sauer ou a "Escola de Berkeley", que denomina a corrente do pensamento geográfico fundamentada a partir de sua obra. A Geografia Cultural surgiu no início do século, na Alemanha: era a "Kulturlandschaft". Na Geografia Cultural alemã, as paisagens correspondiam a um conhecimento específico, que servia para diferenciá-la das outras ciências.

Essa Geografia considerava a paisagem como uma unidade espacial definida em termos formais, funcionais e genéticos. A primeira obra teórica importante de Sauer foi The Morfology of Landscape. Neste importante trabalho, Sauer estabelece conceitos que fundamentaram a Geografia Cultural, principalmente a norte-americana, entre eles: a valorização da relação do homem com a paisagem (ambiente), que por ele é formatada e transformada em habitat; a análise dessa relação sempre é feita a partir da comparação com outras paisagens, formatadas organicamente, o que gera uma visão integral da paisagem que individualiza a Geografia enquanto disciplina.

Ao longo dos anos, outros conhecimentos vêm fazer parte da Geografia Cultural, enriquecendo as pesquisas geográficas que enfatizam a cultura como agente transformador do espaço. São incorporadas diversas referências teóricas e metodológicas, tais como os ramos da filosofia dos significados, da fenomenologia, do materialismo histórico e dialético e das humanidades em geral.
A esses aprofundamentos também são agregados à Geografia Cultural temas que não eram por ela tratados anteriormente. Nessa mudança, o conceito de cultura é repensado. A cultura não é mais vista como entidade supra-orgânica, nem como superestrutura. A cultura diz respeito às coisas do cotidiano, comuns, apreendidas na vida diária, na família, no trabalho e no ambiente local. As idéias, habilidades, linguagem, relações em geral, propósitos e significados comuns a um grupo social são elaborados e reelaborados a partir da experiência, contatos e descobertas – tudo isto é cultura.

A cultura pode ser vista, também, como o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural, a soma total dos modos de vida construídos por um grupo de seres humanos e transmitidos de uma geração para outra, ser considerada uma propriedade ou atributo inerente aos seres humanos, ou ainda ser meramente um artifício intelectual para generalizar convenientemente a respeito de atitudes e comportamentos humanos (WAGNER e MIKESELL, 2003).

A noção de cultura não considera indivíduos isolados ou as características pessoais que possam possuir, mas comunidades de pessoas que ocupam um espaço determinado, amplo e geralmente contínuo. Assim, a cultura está assentada em uma base geográfica. Dessa maneira, a Geografia Cultural é a aplicação da idéia de cultura aos problemas geográficos, os aspectos da Terra, em particular aqueles produzidos ou modificados pela ação do homem (sociedade). Distingue, descreve e classifica os complexos típicos de aspectos ambientais, incluindo aqueles realizados pelo homem, que coincidem com cada comunidade cultural, considerando-os como paisagens culturais e procurando origens na história cultural. Assim, a cultura ao produzir e reproduzir o espaço, deixa a sua marca visível, o resultado material da interação do homem com o meio: a paisagem ou a paisagem cultural.

Qualquer cultura é limitada em sua capacidade de transformar o habitat por meio de conhecimento técnico, administração e organização institucional, preferências, proibições, etc. "O geógrafo cultural não está preocupado em explicar o funcionamento interno da cultura [...], mas avaliar o potencial técnico de comunidades humanas para usar e modificar seus habitats" (WAGNER e MIKESELL, 2003, p. 31).

As pesquisas em Geografia Cultural se dão através da investigação sobre a distribuição passada e presente de características da cultura, que constitui a base para o reconhecimento e as delimitações de áreas culturais. A área cultural implica uma uniformidade relativa ao invés de absoluta. A similaridade cultural relativa aparece em diferentes graus, desde a identidade virtual de atitudes e aptidões em num pequeno território até semelhanças gerais ou ampla disseminação de características individuais ou elementos da cultura em grandes áreas (WAGNER e MIKESELL, 2003, p. 32). Em termos geográficos, uma área cultural pode constituir uma região, forma uma unidade definível no espaço, caracterizada pela relativa homogeneidade interna com referência a certos critérios. A associação típica de características geográficas concretas numa região ou em qualquer outra subdivisão espacial da superfície terrestre pode ser descrita como paisagem.

A paisagem, em seu conjunto, reúne esses fatores e adiciona a possibilidade de valores expressivos e de significação cultural, os mesmos podem compreender conteúdos estéticos e conotações significativas, havendo se constituído como um tema de inspiração para o homem.
Para Nassauer (1995), a cultura e a paisagem interagem em uma constante realimentação, na qual a cultura estrutura as paisagens e as paisagens incorporam a cultura. Há, por conseguinte, um feedback, em que a percepção do meio, através dos filtros da cultura, determina valores paisagísticos que são atribuídos a uma paisagem, que, por sua vez, podem ser modificados se houver uma mudança na paisagem. Essa dinâmica a ajuda explicar a estrutura da paisagem de duas maneiras: primeiro como um efeito da cultura, segundo como um produto das mudanças culturais.

Toda a paisagem somente é paisagem, quando é vista, sentida e percebida. Não podemos lembrar ou descrever alguma paisagem que nunca tenhamos visto, mesmo por intermédio de algum artifício (filme, fotografia, desenho, pintura, etc.). Então, a paisagem somente existe na relação do homem com o meio. E essa relação é sempre repleta de significados que são influenciados pela cultura de um determinado lugar e seu povo. Nesse caso, os estudos da paisagem como texto podem descrever os significados da ação humana sobre o processo histórico de sua formação e sua percepção..

Pode-se comparar a percepção da paisagem a um sistema de "filtros" e relacionar esses filtros como se fossem a lente de uma câmara fotográfica. Tenta mostrar que a significação individual da paisagem depende de múltiplos fatores, dentre eles estão os culturais.

Cada indivíduo tem a sua concepção a respeito da paisagem e, sendo o indivíduo parte de uma sociedade que tem sua cultura distinta, cada cultura tem, então, o seu ideal de paisagem. E essa paisagem vai também refletir esse ideal, que juntamente com outros fatores vão influenciar na percepção da paisagem. Assim, qualquer estudo dessa natureza que não inclua a questão cultural em sua análise poderá resultar incompleto, sem um componente indispensável: o homem e a sua ação no espaço.

Assim, é importante que se inclua nesses estudos da interação homem/meio, sociedade/natureza, o estudo das paisagens culturais, pois essas consideram não apenas os atores, mas também as ações que elaboraram e continuam a elaborar as paisagens (WAGNER e MIKESELL, 2003, p. 46).

Hoje em dia, não se pode negar a relação entre cultura e urbano. Mas, nem sempre foi assim, pois até, ao final da década de 1960, não era esse o "objeto" de estudo dos geógrafos, que se debruçavam sobre as pesquisas relacionadas ao urbano. Somente a partir do início dos anos 70, começa a se entender essa imbricação. Segundo Corrêa (2003, p. 167),
"o urbano pode ser analisado sobre diversas dimensões que se interpenetram. A dimensão cultural é uma delas. Por seu intermédio amplia-se a compreensão da sociedade em termos econômicos, sociais e políticos, assim como se tornam inteligíveis as espacialidades e temporalidades expressas na cidade, na rede urbana e no processo urbano".

Sendo assim, os geógrafos passaram a perceber a dimensão cultural do urbano, em que essa relação passa a ser mais valorizada e problematizada, coincidindo com "as transformações em curso na sociedade, que se torna mais urbana e multicultural[...]" (CORRÊA, 2003, p. 168).

O urbano está repleto de significações culturais, desde a forma de organização e de uso do solo, nas suas materialidades, que são expressas em suas construções (ruas, casas, avenidas, edifícios, praças, parques, monumentos, etc.) ou nas suas relações econômicas e sociais, redes técnicas e informacionais (SANTOS, 2002, p. 263). Pode-se dizer também que a cidade abriga atualmente um contigente majoritário da população, e os interesses individuais são contraditórios. No espaço urbano, os diferentes interesses, relacionados à ocupação e uso do solo, estão repletos dessas contradições (CARLOS, 2005, p. 42). Santos (2002 p. 78) diz que "através do trabalho, o homem exerce a ação sobre a natureza, isto é, sobre o meio, ele muda a si mesmo, sua natureza intima, ao mesmo tempo em que modifica a natureza externa". E como a paisagem é a materialização do processo relacional homem/meio, a paisagem urbana tem, sem dúvidas, esse significado.

Corrêa (2002, p. 175) diz que, mesmo não se encerrando as possibilidades temáticas, as relações entre cultura e urbano podem se manifestar de diferentes modos. Mas ele relaciona aqui três dessas manifestações. Primeiro, a toponímia e identidade que, segundo Corrêa, "constitui-se em relevante marca cultural e expressa uma efetiva apropriação do espaço por um dado grupo cultural" (p. 176). Segundo, a cidade e a produção de formas simbólicas, "sendo que, em parte, por meio das formas simbólicas é que a cidade expressa uma dada cultura e realiza o seu papel de transformação cultural" (p. 177). E, em terceiro, a paisagem urbana e seus significados, sendo esta que "constitui-se em importante temática, tendo atraído a atenção dos geógrafos[...]" (p. 179).

Até a década se 1960, o foco central dos estudos da paisagem estava na sua morfologia, sendo a contribuição de Sauer, em seu artigo, já referido, The Morfology of Landscape, uma das mais importantes nesse sentido. A partir do final da década de 1970, Corrêa (2003, p. 179) sublinha que diversos autores, entre eles Meinig (1979), introduzem, nos estudos da paisagem, a interpretação. Assim, pode-se dizer que, a paisagem urbana é um campo rico para a interpretação, permitindo "múltiplas leituras a partir de diversos contextos históricos-culturais, envolvendo diferenças sociais, poder, crenças e valores". Portanto, a paisagem urbana é repleta de signos e símbolos, e seus significados podem ter inúmeros sentidos.

Partindo-se do pressuposto que a paisagem urbana é o produto e a materialização do trabalho social, ela está profundamente impregnada de relações sociais e conflitos (CORRÊA, 2003, p. 181), e é constantemente ressignificada, para que possa viabilizar a circulação do capital. Na paisagem urbana, evidenciado, dessa forma, um valor simbólico, "repositório de símbolos de classes sociais e de herança étnica". Essa dialética está presente nas diferenças das paisagens urbanas, tanto internamente, nas zonas residenciais populares e de classes mais abastadas, "que se justapõem, superpõem, contrapõem no uso da cidade" (SANTOS, 2002, p. 326), quanto externamente, nas diferenças entre as cidades. Assim, os diferentes grupos sociais, que ocupam áreas distintas das cidades e/ou cidades diferentes, vão produzir, de acordo com o seu modo de vida e de ocupação do solo, diferentes formas e diferentes paisagens no espaço urbano. Essas diferentes paisagens serão percebidas de inúmeras maneiras e com distintos significados, pois cada indivíduo "enxerga" a paisagem através dos seus "filtros", dentre os quais o filtro da cultura.

A água na paisagem urbana

Nas áreas urbanas, a percepção da água na paisagem tende a ser mais intuitiva e/ou subjetiva, pois o processo de urbanização que ocorre na maioria das cidades brasileiras e no mundo tratou de canalizar e esconder os cursos d’água, que geralmente servirão para escoar o esgoto de seus moradores e das indústrias ali instaladas. E, ao adotar a premissa de que as paisagens urbanas se formam a partir das relações entre as pessoas, o território e os processos naturais, podemos dizer que são paisagens culturais, transformando-se no tempo e no espaço. Essa transformação tende, em muitos casos, a não levar em consideração a relação homem/natureza. Para Costa (2002), "tem-se que destacar a importância do design paisagístico , da percepção e acessibilidade pública aos seus rios". A acessibilidade também pode ser obtida através da visibilidade da paisagem, pois, como essa autora, acreditamos que o acesso visual propicia um comportamento ambientalmente responsável em relação à água no espaço urbano.

Nas cidades, devido a efetiva impermeabilização dos solos pela ocupação imobiliária, pelas vias de transporte e pelo material utilizado nas canalizações, há pouca ou nenhuma realimentação do lençol freático e dos cursos d’água pela chuva, transformando-os exclusivamente em redes de esgotos. No atual processo de urbanização, a característica natural da rede de drenagem é totalmente modificada, assim como a vegetação natural é degradada ou suprimida, o relevo alterado e, até mesmo, a relação do homem com o seu meio sofre influência desse processo.

Somente nas periferias das cidades é que ainda existem redes de drenagem não canalizadas. Mas, nesses locais, os pequenos cursos d’água, sofrem com o despejo contínuo de esgotos e lixo, decorrentes da "quase total inexistência de uma política de uso e ocupação do solo" (RANGEL, 2002, p. 20).

Nas periferias das cidades, onde ocorre a expansão urbana, esta se dá, em grande parte, em áreas impróprias ou de forma inadequada, tendo-se como conseqüência inúmeros problemas ao meio físico, à própria população assentada e aos poderes públicos responsáveis pelos serviços de infra-estrutura nessas áreas.

Tem-se como premissa a ser estudada que as populações desses locais dificilmente percebem os problemas ambientais de onde vivem e não têm consciência de que são responsáveis por esse ambiente, pois estão demasiadamente envolvidas na sua própria subsistência. Essas populações sofrem com a degradação ambiental, mas já estão "acostumadas" ao lugar. A sua paisagem já foi totalmente modificada. O solo, a vegetação e, principalmente, a água já estão seriamente comprometidos.

É preciso entender como se dá o processo de percepção da paisagem pelas populações locais e, principalmente, a percepção da água na paisagem. É importante entender como os diversos grupos sociais a percebem e como é a sua relação com os conflitos inseridos no seu espaço. Pois, para se efetuar qualquer estudo geográfico a respeito da percepção da paisagem, visando a implementação de medidas mitigadoras ou de reorganização do espaço urbano e de ocupação territorial, tem-se que entender como é que as pessoas sentem e entendem o lugar em que vivem, se esperam alguma mudança e quais as mudanças que querem que sejam implementadas para melhorar a sua qualidade de vida.

Não se pode tratar dos impactos ambientais relacionados a qualidade dos recursos hídricos em áreas urbanas de forma isolada. A comunidade científica tem por cacoete compartimentar o estudo da água. No entanto, "a água precisa ser pensada enquanto inscrição da sociedade na natureza, com todas as contradições implicadas no processo de apropriação da natureza pelos homens e mulheres por meio das relações sociais e de poder" (PORTO-GONÇALVES, 2004, p.152). Segundo este autor, "o ciclo da água não é externo à sociedade ele a contém com todas as suas contradições".

O presente processo de intensificação da urbanização da sociedade afeta cada vez mais os corpos d’água e a sua qualidade, assim como implica uma maior demanda por água. Essa contradição é motivo de conflitos de uso. A final, "um habitante urbano consome em média três vezes mais água do que um habitante rural" (p.153). Outro ponto a ser destacado é que a água está sendo trazida de mananciais cada vez mais distantes, pois as fontes para o abastecimento nos grandes centros estão inviabilizadas pela crescente poluição.

Mas, como se pode, através do estudo da percepção da paisagem, saber que um dos seus elementos, nesse caso a água, está degradado? E como é que a população pode, através de sua percepção, propor melhorias na qualidade do espaço urbano e da água na paisagem?

Propõe-se então, como referencial para os estudos que pretendam avaliar a percepção da água na paisagem urbana, a comparação entre a percepção da paisagem e da água na paisagem pela população local, com as análises físico-químicas dos cursos d’água. Desta maneira, pode-se saber como está a saúde da rede hídrica na realidade e, de outra forma, como é percebida esta realidade pela população. Assim então, a partir dessa comparação, se terá subsídios para futuras intervenções na paisagem urbana, que tenham o objetivo qualifica-la, assim como qualificar as paisagens onde a água está inserida.

Referências bibliográficas

BERINGUIER, C. e BERINGUIER, P. (1991). Manieres paysageres une methode d’etude, des pratiques. In: GEODOC.Toulouse: Univesité de Toulouse. p. 5-25.
BERQUE, A. (1998). Paisagem-marca, paisagem-matriz: elementos da problemática para uma geografia cultural. In: CORRÊA, R. L. e ROSENDAHL, Z. Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: Ed. UERJ. p. 84-91.
BERTRAND, G. (1968). Paysage et géographie physique globale. Esquisse méthodologique. In: Toulouse: Revue géographique des Pyrénnées et du SO, 39(2), p.249-72.
CARLOS, A. F. A. (2005). A cidade. São Paulo: Contexto. 98 p.
CORRÊA, R. L. e ROSENDAHL, Z. (1995) Espaço e Cultura. Rio de Janeiro: ed.uerj/ NEPEC. p.
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Nota do DESgoverno Yeda




É cada vez mais gritante a incompetência, a inoperância, a falta de vontade, e assim por diante, do DESgoverno da Yeda. Nos meus anos de vida política, desde a ditadura, nuca havia me deparado com algo semelhante.

Mesmo antes de assumir o Piratini, a bruxa Yeda, já dava os ares para o que veio. De lá prá cá, os RS é uma fábrica de más notícias.

Detran, Daer, Banrisul, Busatto, Calau, Germano, Casa da Yeda, Lair, e por aí à fora...

Daí, para aparentar uma lisura inexistente, a Yeda cria uma cortina de fumaça (não confundir com Foga$$a), a tal Secretaria da Transparência.

Passados míseros três meses, a titular, Mercedes Rodrigues, cansada de esperar pela implantação da secretaria, pede exoneração.

Sua frase na despedida: "Este governo não está interessado em combater as irregularidades"

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Tão "trabalhando" muito mesmo!


O rombo é grande, e a especulação também



Estamos assistindo a queda de um império, o da especulação, que está atingindo os mercados de todo o mundo. Mas qual o início desta derrocada?
Lembro-me de 2001, quando do ataque às torres gêmeas, disse Bin Laden:
O atentado atinge em cheio a economia americana (ocidental).
Parece que ele estava certo, pois de lá para cá, os EUA inventaram duas guerras (não venceram nenhuma), e estão sucumbindo economicamente e levando consigo, todo o mundo capitalista globalizado.
Mas é bom entender como se dá (não é o único motivo) o início deste processo, com a tal "bolha" do subprime:
O que é subprime?
É um crédito à habitação de alto risco que se destina a uma fatia da população com rendimentos mais baixos e uma situação econômica mais instável. A única garantia exigida nestes empréstimos é o imóvel. Este segmento do mercado de crédito é exclusivo dos Estados Unidos, não havendo na Europa um paralelismo exato.
Como surgiu o subprime?
O subprime surgiu quando o FED, Banco Central Americano, começou a baixar as taxas de juro para estimular o mercado imobiliário com o intuito de controlar os efeitos dos ataques terroristas do 11 de Setembro nos mercados de tecnologias. Mas em 2003, a criação de emprego e o investimento empresarial estavam em níveis baixos e a taxa de juro descia para 1%. Simultaneamente, as várias instituições bancárias deixaram de ser tão exigentes nas condições requeridas para conceder créditos. Quando a FED começou a subir de novo os juros o problema instalou. Com juros mais altos acompanhados pela queda do valor dos imóveis, as famílias ficaram sem capacidade para saldar as suas dívidas.
Daí vem duas questões:
Até onde vai o rombo?
Como ficará a economia mundial?
Talvez estas dúvidas incomodem a todos, mas ainda é uma incógnita.
Os bancos centrais de todo o planeta já injetaram mais de US$ 3.000.000.000.000,00 (três trilhões de dólares) e parece que nada mudou.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Yeda chama Coronel MendeSS prá bater em grevistas














Mais uma vez (até quando?) a violência da brigada é sentida, agora nas costas dos bancários do Banrisul em grve.

Presenciei a tropa de choque do Cel. MendeSS, bater nos grvistas que faziam piquete frente a agencia central do "banco dos gaúchos".

Com um contingente digno de uma incurção para desbaratar alguma quadrilha de bandidos, os homens do MendeSS, agridem covardemente funcionários do banco em greve, como já aconteceu anteriormente com os mevimentos sociais, professores, etc.

Este é o desgoverno da bruxa Yeda e o "novo jeito de reprimir"...

Vivemos numa ditadura?

E o povinho ainda vota nesta "gentalha"...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Foga$$a e seus aliados: os pacificadores?



A mídia corporativa está sempre do lado de quem pode lhe trazer benefícios (de poder ou de lucratividade).

Mesmo que para isso tenha que encobrir (ou mentir) e omitir fatos que venham contra aos seus interesses.

Desde que o PT saiu do Estado e de Porto Alegre, é feita uma campanha quase que difamatória contra o partido e seus componentes. Taxando-os de intransigentes, arrogantes, sectários, entre outros pejorativos.

Ultimamente, a mídia, vem colocando no ar e dito por ele próprio (quanta modestidade), que o Foga$$a "pacificou" Porto Alegre, que agora não há mais "guerra". (leia aqui)

Mas não é isto que pensam e praticam os seus aliados, pois vejam o que diz o coordenador (?) de campanha do Jurandir Maciel (PTB) em Canoas, Luis Carlos Busato (PTB).

Seu preconceito e sua atitude bandida, com declarações abomináveis gravadas em uma reunião de militância do PTB (Partido da Trambicagem Brasileira) é um atentado a democracia. Isto é um crime!

A gravação está no YOU TUBE, vejam aqui.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Aracruz vai dar calote em seus acionistas.


Como eu já tinha comentado anteriormente aqui no blog, quando o capitalista ganha, somete ele ganha, mas quando o capitalista perde, somete os outros perdem.


O Estadão de hoje (leia aqui), traz uma péssima notícia para quem tem ações da papeleira Aracruz (a empresa queridinha da desgovernadora Yeda Crusius).
A empresa que não respeita o meio ambiente e tão pouco as pessoas, pretende dar um calote nos seus acionistas:

"A Aracruz informou nesta terça, 14, que resolveu cancelar o crédito e o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 84 milhões, previsto para ocorrer a partir de 15 de outubro. Segundo a empresa, a decisão da diretoria da empresa foi decorrente dos problemas enfrentados pela companhia com operações de derivativos e em meio ao 'atual cenário nacional e internacional'".


Pois é, como disse certa vez James Carville :
"é a economia, estúpido"

Estatizar... pero non mucho.



O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou nesta terça-feira a compra de ações, no montante de US$ 250 bilhões, de inúmeras instituições bancárias, com recursos que já haviam sido previstos no pacote anticrise de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso. Leia a matéria completa aqui.

A compra torna o governo acionista das instituições, o que, na prática, equivale a uma nacionalização parcial do sistema financeiro. De acordo com o jornal americano "
The wall Street Journal", que cita uma fonte ligada às negociações, o governo dos EUA planeja adquirir, entre outros, "blocos de ações preferenciais [que não dão ao portador direito a voto dentro da empresa, mas tem prioridade em distribuições de dividendos e reembolso do capital investido] de nove instituições de primeira linha".

O que a matéria não diz é que, na realidade, os EUA estão estatizando (palavra proibida no jargão liberal) bancos e instituições financeiras, na contra-mão do capitalismo.

Para Noam Chomsky, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma das mais renomadas instituições de ensino superior dos EUA, se o governo norte-americano assumisse publicamente algumas de suas ações como "estatizações", poderia abrir espaço para que os cidadãos do país também passassem a reivindicar o poder de interferir na condução do sistema. Isso porque "em princípio, o governo representa o público", diz.

Segundo Chomsky , nós vivemos numa cultura altamente ideológica na qual "estatização" é uma palavra que põe medo, como "socialismo" (ou, para muitos, até "liberal"). A propósito, esse é um assunto sério. Se o Wells Fargo compra o Wachovia então tudo fica dentro do setor privado - ou seja, dentro do sistema de tirania privada no qual o público não tem voz, em princípio. Dentro do sistema ideológico isso é chamado "livre mercado" e "democracia".


Se [Henry] Paulson dá dinheiro público para bancos mas sem o direito de tomar decisões dentro dessas instituições, trata-se de um distanciamento da tirania pura chamada "liberdade", mas não muito. Se o governo adquire ações com poder de decisão dentro dos bancos, há sempre o risco de o público então também poder interferir - uma vez que, em princípio, o governo representa o público. Essa ameaça de democracia é muito mais severa para ser aceitável dentro do sistema doutrinário reinante.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Adivinhem quem vai pagar a conta?

A ganância capitalista está desnudada.

A crise mundial dos mercados, afeta a todos. Mas ninguém lembra dos mais de 300 milhões de miseráveis que passam as mais diversas privações, a principal delas, a fome.

Segundo a Folha de São Paulo on-line leia a matéria na íntegra aqui, os países que integram a zona do Euro, mais a Inglaterra e a Rússia, vão injetar o equivalente a dois trilhões de Dólares para refinanciar bancos e garantir a liquidez nos empréstimos interbancários.

Quer dizer, vão socializar as perdas decorrentes da voracidade dos grupos econômicos e financeiros, que especulavam com títulos sem lastro, quer dizer, fictícios.

Já se vão mais ou menos três trilhões Dólares para socorrer os capitalistas e neoliberais que, desde a queda do Muro de Berlim, se locupletaram com inescrupulosos lucros.

Quer dizer, milhões de pessoas, entre essas, milhões de crianças, morreram de fome para que eles acumulassem verdadeiras fortunas e imensos impérios. Agora, quando os castelo de cartas vem a baixo, são os mesmos meseráveis que vão pagar a conta da irresponsabilidade criminosa dessa gente.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Um crime sem castigo



SÃO PAULO - Um morador de rua foi alvo de incendiários, na noite de quarta-feira, 8, enquanto dormia na Praça José Moreno, junto à Rua Henrique Lindenberg, na região do Tatuapé, zona leste de São Paulo. O crime aconteceu por volta das 22 horas e a vítima foi identificada como Ernesto Gamarra Durán, de 47 anos. Ele foi levado em estado grave ao pronto-socorro do Tatuapé pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Leia aqui.

Não consigo entender o que pode se passar pela mente doentia de alguém que comete este tipo de crime. Como pode um ser humano, de um lampejo de Nero, causar dor e sofrimento a uma pessoa que já sofre por sua condição de morador de rua, sobrevivente do lixo.

O pior é que, como já se viu em outras vezes, esses criminosos, geralmente de "boa" família, bem alimentados, não sofrem o castigo. Pois quando a polícia prende, a "justiça" liberta.

Um crime sem castigo.

Vivemos hoje em uma sociedade em que não se respeita o semelhante. Somos piores do que animais. Animais lutam entre si por isntinto de sobrevivência, nós ferimos e matamos por, quem sabe, egoísmo e prazer.

Só de "sacanagem"...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mais algumas fotos

Pôr do sol na orla do Guaíba, próximo a Usina do Gasometro


Mais uma de um entardecer no Guaíba, após um dia de chuva.


Passo do João Pedro, rio Tramandaí, no município de Capão da Canoa.


Essa eu fiz no litoral em Itapeva - município de Torres/RS.


Meninas de uniforme na Escuela Normal de Santo Tomé - Argentina.

Algumas fotos minhas

Casa na área rural de Bento Gonçalves - RS.

Dunas fixas no Parque Estadual de Itapeva - Torres/RS.


Pesca artesanal no Litoral de Itapeva Torres - RS.

A formação de uma nuvem cúmulus-nimbus.

Uma visão do rio Maquiné, nordeste do Rio Grande do Sul.

E a crise, o que se faz?



A crise financeira internacional está mostrando a verdadeira cara do capitalismo globalizado: a especulação.


Pelo que se pode acompanhar na mídia, o mundo virtual das bolsas de "valores", na realidade, nada mais é do que vento, papéis sem valor algum.

Tenho acompanhado o que a mídia fala (pouco) da gestão quase fraudulenta de duas gigantes do mercado brasileiro, a Aracruz e a Sadia, que juntas, tiveram um prejuízo de mais de 2,7 bilhões de dólares, em apostas temerosas no mercado futuro. E, é claro, o Brasil também perde com esta irresponsabilidade.


No caso da papeleira Aracruz, que tem (tinha) planos de expansão para a metade sul do RS, como fica?


A aposta do desgoverno Yeda nesta especuladora vai por água a baixo?

A crise que se alastra pelo mundo, vai desnudar, com certeza, outras falcatruas proporcionadas por especuladores que, ao invés de investir na produção e no trabalho, melhorando a vida das pessoas, preferem o lucro fácil, mesmo que este lucro signifique a miséria e a fome de milhões de pessoas.

Em um artigo, A crise do capitalismo e a esquerda (leia aqui), Emir Sader coloca em xeque a esquerda mundial, por não mostrar uma alternativa ao sistema ou propostas reais de mudanças na economia global.

Também vejo assim, as teses já existem, falta à esquerda a ação.

PT, o partido que mais avançou no RS


O PT foi o partido que mais avançou no RS, em número de prefeituras, nas eleições municipais deste domingo. O partido, que havia conquistado 43 prefeituras nas eleições de 2004, agora venceu em 60 municípios. O desempenho mais expressivo do PT ocorreu na Região Metropolitana, onde foi para o segundo turno em Porto Alegre e Canoas e venceu em Gravataí, Viamão, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Sapucaia.

PorMarco Aurélio Weissheimer

Contrariando diagnósticos sombrios feitos nas últimas semanas por meios de comunicação e institutos de pesquisas, o PT foi o partido que mais avançou no Rio Grande do Sul, em número de prefeituras, nas eleições municipais deste domingo. O partido, que havia conquistado 43 prefeituras nas eleições de 2004, agora venceu em 60 municípios, incluindo aí vitórias inéditas em municípios como Novo Hamburgo, Sapucaia, Bento Gonçalves, Erechim, Santa Rosa, Vacaria e Capão da Canoa, entre outros.


O desempenho mais expressivo do PT ocorreu na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde foi para o segundo turno em Porto Alegre e Canoas e venceu em Gravataí, Viamão, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Sapucaia. O partido está presente nas três cidades onde ocorrerá segundo turno (Porto Alegre, Canoas e Pelotas).


O partido que mais perdeu espaço foi o PDT, que passou de 97 prefeituras (em 2004) para 64. O PP segue sendo o partido com o maior número de prefeituras no Estado, 146 (contra 134 em 2004). Em segundo lugar vem o PMDB que passou de 136 para 143 cidades. O PDT segue em terceiro com 64, seguido de perto pelo PT que poderá chegar a 63, caso vença as disputas de segundo turno. Depois, seguem-se o PTB (31 prefeituras), o PSDB (19) e o DEM (13).


Considerando o número total de votantes, o PT foi o segundo partido mais votado no Estado, com um total de 1.511.000 votos. O primeiro foi o PMDB com 1.738.010. Em terceiro lugar, ficou o PP com 1.036.457 votos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Não podemos deixar que vendam o Pôr-do-Sol

Neste sábado, no Gasômetro, a partir das 15 horas, vai acontecer um ato pela defesa da orla do Guaíba, veja aqui, promovido pelo movimento PoaVive.

Penso que nós "cidadãos de bem", não podemos deixar que, meia-dúzia de mal intencionados (para não dizer outros pejorativos), façam da natureza, o trampolim para seus ganhos (sempre usurpantes).

Moro em POA desde que nasci (1956), e moro no centro a 6 anos, próximo a Usina. Quase que diariamente vou até a orla e, nos últimos quatro anos (casualmente os anos do Foga$$a), venho presenciando uma profunda transformação da sua paisagem.

No apagar das luzes do seu governo, Foga$$a, que durante todo seu mandato não procedeu uma única reforma dos equipamentos da orla, se encarrega de "ceder" à Pepsi a "revitalização" da orla e, é óbvio, o direito desta transnacional, explorar o espaço público com sua marca e suas idéias (fictícias, é claro).Resultado: o espaço e a paisagem da orla, sofreram com o grande impacto causados pelos logotipos desta corporação, lá colocados, e que se alastram por toda vista, inclusive no Anfiteatro Pôr-do-Sol, foi entregue a sanha do capital, pintado com as cores da marca.

Me digam, será que a prefeitura não tem condições de cuidar da orla do Guaíba?

Tem mais, ainda por cima, a mídia chapa-branca mente para o prefeito, diz que a "revitalização", é uma obra do Foga$$a.

E não se enganem, a coisa vai ficar mais evidente e ostensiva, se o atual alcaide se reeleger.

Pobre Porto Alegre...

Venderam o Pôr-do-Sol no Guaíba por meia dúzia de patacas...

19 meses de blog = 19 mil acessos


Neste mês estou fechando desenove meses de blog e mais de 300 postagens. Durante este tempo, tentei colocar no blog, a minha visão de mundo. Como disse no primeiro post, não tenho a pretenção de ser o "dono" da verdade (até porque, existem infinitas verdades), mas procuro levantar assuntos do dia-a-dia para uma reflexão.


O Blog está fechando, nestes desenove meses, 19 mil acessos, quer dizer, mil acessos por mês: I
Isto é muito bom para mim e para o Blog. Assim quero agradeçer aos meus vinte e poucos leitores por este sucesso.


Valeu gente!


Abro meu voto, vou de PT

Hoje encerra-se a propaganda eleitoral do primeiro turno para Porto Alegre. Diversas pesquisas apontam, diversos cenários, sempre com o Foga$$a em primeiro lugar e Rosário e Manuela empatadas em segundo. Tenho minhas dúvidas, não quanto ao atual alcaide estar em primeiro lugar, mas ao percentual dado a ele.

Lembro da primeira eleição do PT para a prefeitura, com Olívio Dutra, onde as pesquisas o colocavam em terceiro lugar, com Britto em primeiro. Na apuração, Britto é que ficou em terceiro. Então, a verdadeira pesquisa se dá na urna, no dia 5 de outubro.

Hoje a briga se dá entre Maria do Rosário (PT) e Manuela (PC do B), para ver quem vai disputar com Foga$$a o segundo turno.

A manuela queridinha da RBS para ir ao segundo turno, pois assim, se ela ganhar, nada mudaria. Já com Maria, tudo muda.

Sim, eu vou com Maria do Rosário, estive no último comício do PT (foto), e senti que ela tem todas as condições de ir para a disputa com Foga$$a. Já a onda roxa da Manuela, parece estar perdendo força.

E mais, o PT tem mais "camisa" e, quem conhece a política gaudéria sabe que, com Manuela, vem Rosado, Busatto, Proença, Britto, etc.

Enfim salvou-se o mercado, será?

A charge a cima mostra muito bem a natureza da crise financeira que está corroendo o mercado globalizado. A farra liberal, protagonizada pelos grandes conglomerados, puxados pelo mercado imobiliário, fez com que, o ESTADO, assuma o prejuíso desta "gandaia".

Bush, o maior revolucionário do mundo, conseguiu aprovar no senado americano, um pacote de "ajuda" que, segundo informações midiáticas, é de 850 BILHÕES DE DÓLARES.

No crash de 1929, o que se viu na época, foram os suicídios dos magnatas e investidores falidos.

Hoje, ao contrário, quem paga pela "gandaia" dos mercados, é o contribuinte, o povo, que nada tem com esta crise.

Em fim, os capitalistas nunca vão perder... somente deixar de ganhar mais...

* Quando caiu o Muro de Berlim, houve um estardalhaço pelo fim do comunismo. Agora, com a queda dos mercados, ninguém fala nada da queda do liberalismo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mídia amiga: propaganda enganosa pró Foga$$a


A Zémentira, o jornal oficial do Foga$$a e da Yeda, não fica nem vermelho de mentir descaradamente, desrespeitando a inteligência do seu leitor.

Numa nota, Zero Hora mente que, a Prefeitura de Porto Alegre (leia-se Foga$$a), está implantando 35 postes de iluminação ao longo da orla do Guaíba.

Só tem um probleminha, na realidade, quem está fazendo a obra, é a Pepsi-Cola, como mostra o outdoor fincado próximo ao Gasômetro.

Durante os quatro anos em que Foga$$a ficou a frente do município, não foi feita uma única melhoria no local. Mas assim que se aproximou a eleição, o alcaide firmou uma PPP com a Pepsi para dar um trato e, conseqüentemente, dar uma força na sua reeleição.

Agora, a multinacional, pode colocar a sua logomarca a "torto e a direito" pela orla, causando um inegável impacto visual na paisagem do Guaíba.

Daí pergunto: se já existem postes no local (implantados pela administração anterior) porquê OUTROS postes?

Não seria mais coerente reformar os existentes?

Não, pois daí não precisava doar a orla à Pepsi.