quinta-feira, 17 de maio de 2012

A era dos indignados: Formas contemporâneas de protesto inovam pela natureza urbana e heterogênea de seus integrantes


O embate entre os interesses discrepantes que opõem os donos do poder e seus subordinados constitui o motor que conduz à transformação da história em direção a novas formas de organização política da sociedade. Mas esta forma clássica da luta de classes, na sábia definição de Marx e Engels, terminou ofuscada pela ascensão dos segmentos médios no pós-II Guerra Mundial, fruto de uma ampla reforma no capitalismo que trouxe melhorias no padrão de vida dos trabalhadores, especialmente nos países centrais.

A crise deste modelo, de inspiração keynesiana, interrompeu um ciclo de bonança, os chamados “anos de ouro do capitalismo”, abrindo assim uma brecha para o retorno do ideário econômico liberal, a partir de finais da década de 1970. Ao liberar os capitais antes reprimidos, com medidas de desregulamentação dos três mercados (de bens, de trabalho e de capital), abriu-se com esta estratégia privatista uma tenebrosa caixa de pandora.

O custo da tão propagandeada modernização econômica foi um recuo drástico do Estado em sua capacidade de planejar a produção e garantir o pleno emprego, terminando por detonar a maior crise social e econômica desde os anos 1930 em boa parte dos países avançados.

Mais de quarenta anos após do início da onda neoliberal, uma reação começa, por fim, a ser esboçada, com a constituição em 2011 de novíssimos movimentos de protesto, que impressionam pela capacidade de mobilização e de pressão política. Sua presença é especialmente evidente nas regiões mais fortemente afetadas pela crise do neoliberalismo, os países do norte da África e do Golfo Pérsico (dando lugar à Primavera Árabe, no início de 2011), a Espanha (do movimento de 15 de maio de 2011) e os EUA (Occupy Wall Street, com protestos iniciados em setembro de 2011). Apesar do curto espaço de tempo que nos separa destes eventos é possível já resumir alguns traços comuns que aproximam a forma de ação e as reivindicações destes movimentos de indignados que se globalizam.

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