segunda-feira, 28 de maio de 2012

Com 50 metros quadrados para cada habitante, área verde de Porto Alegre supera meta da OMS, mas especulação imobiliária pode comprometer.


O verde que enche os olhos dos porto-alegrenses se reflete nos dados (leia AQUI). São 14,78 m² de vegetação para cada habitante da Capital, isso contando apenas as áreas municipais, como parques e praças.

Contabilizadas regiões estaduais, federais e privadas, essa relação sobe para 50 m² por pessoa. A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 m².

As medições usadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) não incluem as 1,3 milhão de árvores de Porto Alegre. Apesar de considerada uma das cidades mais arborizadas do país, a maior crítica está com relação à forma subjetiva como o número é avaliado, já que a área verde total é somada e simplesmente dividida pelo número de moradores.

Maria do Carmo Sanchotene, bióloga da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, explica que falta um estudo que padronize os cálculos das cidades e estabeleça um ranking.

— Uma coisa é o índice verde por habitante, que demonstra o grau de aproveitamento do lazer público. O outro é o conforto ambiental, que é a sensação de bem-estar, conforto térmico, iluminação. Da forma como os cálculos são feitos, fica difícil tirar um quadro real do que esse índice representa para as cidades — destacou Maria do Carmo.

O biólogo e professor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS Luís Fernando Perelló alerta que o ritmo em que a cidade está crescendo pode ser um passo para colocar tudo a perder:

— Temos grandes praças, mas não construímos parques como o Marinha ou o Parcão com a mesma frequência que se constroem prédios. Isso, a longo prazo, tende a empurrar os indicadores para baixo.

A especulação imobiliária é muito intensa em Porto Alegre. Áreas verdes, compradas por incorporadoras no passado, agora, começam a se tornar grandes condomínios. Temos áreas na zona leste e norte, por exemplo, que sofrem com o enorme adensamento e com a supressão de árvores e de áreas verdes. Já a zona sul, onde é o rumos dos mais endinheirados, as áreas verdes servem para a construção dos sofisticados condomínios de luxo, com nomes estrangeiros e pomposos, onde a privatização do espaço urbano, tende a afastar destas áreas a população em geral.

Sobre este assunto, a especulação imobiliária e a privatização e semi-privatização do espaço urbano, leiam AQUI, o que ocorre na mair cidade do Brasil, São Paulo, onde a dupla Serra/Kassab, está "entregando" para a iniciativa privada, a administração de bairros inteiros, sem, ao menos, dialogar com a população.

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