Mancha negra da Chevron: Ah se fosse a Petrobrás...
Uma sugestão de leitor do blog, me fez procurar o que foi dito na mídia sobre o vazameto de petróleo em um poço na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, operada pela Chevron do Brasil. A princípio, não me chamou a atenção o assunto, por não ver a repercussão nos jornalões. A princípio, um "pequeno vazamento", na realidade, já é causa de um grande desastre ambiental.
A petrolífera Chevron Brasil Upstream (leia AQUI) ainda não conseguiu controlar o vazamento de 220 a 330 barris diários de petróleo em um poço operado pela empresa no Campo de Frade, na Bacia de Campos, a 370 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, com profundidade de 1,2 mil metros. A mancha de óleo tem 163km².
Na folha de São Paulo, somente uma nota (leia AQUI), diz que a companhia disse que o poço que estava sendo perfurado na região, onde ocorreu um vazamento de óleo, está fechado e que o volume vazado deve estar entre 404 a 650 barris.
No Estado de São Paulo, nada.
No jornal OGlobo e no Jornal do Brasil, os dois do Rio, local da tragédia ambiental... também nada.
Mas no blog Tijolaço, do Brizola Neto (leia AQUI ), o geógrafo John Amos, ao analisar uma imagem de satélite MODO/Aqua da Nasa, mostra que a mancha, ao contrário dos 163 Km² divulgados pela Chevron, na verdade se espalha por 2.379 Km². A estimativa de volume do petróleo derramado é de 14.954 barris e não 650 anunciados pela empresa.
Resta saber quais medidas estão seno tomadas pela Chevron para estancar o vazamento e limpar o óleo.
Os efeitos locais das ataividades petroleiras da Chevron durante os últimos 30 anos são desastrosos. A exploração da petroleira no norte da Amazônia equatoriana (leia AQUI) é responsável pelo desmatamento de dois milhôes de hectares. Mais de 650.000 barris de resíduos tóxicos foram derramados nos bosques e rios. Substâncias tóxicas como metais pesados provenientes da exploração do petróleo contaminaram as fontes de água da região. Varias etnias indígenas, como os Cofanes, Siones e Secoyas foram afetados até converterem-se em minorias em perigo de extermínio.
De 1964 a 1990, a Texaco, pertencente à Chevron, despejou bilhões de galões de lixo tóxico na Amazônia Equatoriana e depois foi embora. Encarando uma derrota nos tribunais, a Chevron tem feito uso de seu poderoso lobby e departamento de relações públicas para intimidar seus críticos a ficarem em silêncio e se esquivar da culpa pelo enorme desastre ambiental e humano causado pela empresa.
A Chevron disse várias vezes que se recusa a pagar pela limpeza da região, mesmo obrigados pelo tribunal, dizendo que lutarão até o fim.
Mas o que se vê é, além do descaso da mídia, esta, faz o jogo da Chevron, não divulgando notícias sobre o desastre ambiental.
Como seria o tratamente da mídia sobre o vazamento?
Um comentário:
Oi, Mário
tem mais uma no blog do tijolaço
http://www.tijolaco.com/chevron-enfim-vira-caso-de-policia/
Abraço,
Ney
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