A "liberdade" norte-americana questionada: prefeito de Nova York, Michael Bloomberg expulsa manifestentes do Parque Zuccotti
A ação policial para retirar manifestantes acampados há quase dois meses no Parque Zuccotti (leia AQUI e AQUI), em Manhattan, provocou um debate sobre o futuro do movimento "Ocupe Wall Street", que surgiu em Nova York e se espalhou por diversas cidades americanas.
Recebida com indignação pelos apoiadores e com alívio por alguns vizinhos e comerciantes da região, a intervenção da polícia teve como reação imediata a promessa da realização de novos protestos.
A ação promovida pelo prefeito Blooberg, quase que imediatamente teve um revés, pois a medida foi anulada por um juiz.
Pouco após a ação, os manifestantes expulsos do parque já haviam se reagrupado em áreas próximas, e os organizadores do movimento – que protesta contra a desigualdade na sociedade americana, as grandes corporações e a falta de emprego – já anunciaram uma grande mobilização para esta quinta-feira, quando o "Ocupe Wall Street" completa dois meses.
Em entrevistas à imprensa americana, ativistas disseram que a ação da polícia – que levou à prisão de cerca de 200 pessoas, antes de ser interrompida por uma ação judicial em favor do movimento – serviu apenas para fortalecer a mobilização.
O que chama a atenção é que a tão cultuada "liberdade" nos Estados Unidos, parece que não funciona muito bem quando é contrária ao sistema vigente. É bom lembrar que o movimento Ocupe Wall Street é um protesto contra as desigualdades, as grandes corporações e contra o sistema financeiro, que estão tirando o sono dos americanos. O número de pessoas que vivem a baixo da linha da pobreza vem aumentando nos EUA, onde já somam 46,6 milhões (leia AQUI).
Segundo analistas e apoiadores do movimento, a expulsão, na realidade, foi um favor aos ativistas acampados no Parque Zuccotti e revigora o movimento que, pela chegada das baixas temperaturas do inverno no Hemisfério Norte, estava perdendo o ânimo.
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