quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Primeira ida do homem ao espaço faz 50 anos em clima incerto.

Nave Vostok 1 no solo. Yuri Gagárin saltou de paraquedas a 7.000 metros.

Pois é, eu tenho a lembrança daquele evento que, para a época, era inimaginável para a maioria da população do mundo. Lembro também do medo. Medo do fim do mundo gerado pela ida do homem ao espaço, local onde Deus provavelmente morava e governava o Universo. Lembro da sala com o rádio ligado, minha mãe, minha tia e primos, escutando atentamente as notícias sobe o passeio de Gagárin ao redor da Terra.

Pois é, fazem 50 anos da ida do primeiro homem ao espaço (leia AQUI), quando Yuri Gagárin, aos 27 anos, decolou para a primeira viagem de um homem ao espaço, o futuro das missões espaciais tripuladas era incerto. A Guerra Fria estava se acirrando e o temor que uma nova guerra, o temor de Hiroshima, da etacombe nuclear, nos enchia de dúvidas quanto o futuro.

Hoje, a grande aposta da agência espacial americana nos últimos 30 anos, os ônibus espaciais, em breve virarão, literalmente, peça de museu. A previsão é que a frota seja aposentada ainda este ano.

A segurança dessas naves foi colocada em xeque após uma série de falhas recentes e dois acidentes fatais --com a Challenger, em 1986, e com o Columbia, em 2003, levando à morte de 14 astronautas.

Por incrível que possa parecer, os americanos ficarão totalmente dependentes da nave russa Soyuz para levar seus astronautas à ISS (Estação Espacial Internacional). Com o orçamento reduzido e dificuldades técnicas para criar sua próxima geração de naves, a Nasa vai aposentar os "shuttles" (ônibus espaciais) ainda sem ter um substituto.

No discurso oficial, a agência diz que pretende confiar o transporte dos astronautas à iniciativa privada. Isso, no entanto, ainda não tem data para sair do papel.

E os russos, claro, já estão se aproveitando da situação. O preço da "carona" por astronauta, inicialmente combinado em US$ 56 milhões (aproximadamente R$ 90 milhões) acaba de ser reajustado para US$ 63 milhões (R$ 100 milhões).

A corrida espacial, que embalou a rivalidade bélica e científica entre os EUA e a URRS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), só ficou na lembrança e nos livros de história, nesta "corrida", agora outros atores fazem parte e se para EUA e Rússia o programa espacial não tem mais a mesma importância da Guerra Fria, o interesse cresce nos emergentes.

Em 2003, a China tornou-se o terceiro país a levar um homem ao espaço usando meios próprios. O taikonauta --como é chamado o astronauta chinês-- Yang Liwei passou 21 horas na órbita da Terra. O país planeja levar um chinês à Lua até 2020.

Também na Ásia, a Índia tem anunciado planos de exploração espacial tripulada.

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