quinta-feira, 11 de agosto de 2011

TEM UM CHIP DO TEA PARTY NA CABEÇA DE CADA DIRIGENTE EUROPEU NESSE MOMENTO: Mas para onde vai o mundo mesmo?



Editorial do Carta Maior de hoje (AQUI):

Em uma 4º feira de novas quedas nas bolsas da Europa e dos EUA, dirigentes europeus tentam acalmar os mercados bovinamente com promessas de novas rodadas de arrocho fiscal, que só farão aprofundar a crise e a recessão. Berlusconi promete antecipar cortes de isenções fiscais, escalpelarem aposentadorias e liberar privatizações em massa até dia 18.

Na Espanha, viúvas já perderam bonificação anual em algumas províncias. O preço do transporte sofreu uma alta de 50% , as pesquisas indicam vitória da direita na sucessão de Zapatero e o premiê continua a falar em ‘ajuste'. Acossado por dúvidas sobre a saúde de bancos franceses, com carteiras atreladas a títulos públicos, Sarkozy equilibra-se na ponta dos pés, empina o nariz gaulês e bate forte no peito: cortar, cortar, cortar.

Espanha e Itália têm que colocar algo como US$ 375 bilhões em títulos públicos até dezembro junto a investidores ariscos. Fundos de investimento ferozes e capitais deliquentes, desses que saem quebrando tudo pela frente --famílias, países, nações-- querem 'garantias' de austeridade que se traduzam em juros maiores. A esses, Cameron não ameaça com cacete & canhão de água.

Infectados por um vírus que os impede de contrastar a lógica financista, os dirigentes europeus cumprem sem ganir, nem mugir, o roteiro do matadouro. E empurram o mundo para o abismo da recessão. O Tea Party está incrustado como um chip na cabeça de cada um deles nesse momento.

O economista turco, Nouriel Roubini, já havia antecipado: deixada à própria lógica, essa crise se desdobra em outra.

Começou como crise imobiliária nos EUA; virou uma crise financeira; atingiu sua fase fiscal com Estados que se arrebentaram no socorro trilionário a bancos e especuladores. Agora vive o cume político que paralisa países e incendeia populações acuadas. A solução é renegociar a digestão do imenso débito egresso da desregulação do sistema financeiro. Dilatar prazos e reduzir juros para sobrar espaço ao crescimento, sem o qual não há saída. A persistir a lógica atual, as chamas de Londres serão lembradas como a faísca de um incêndio maior.

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