sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para onde vai a democracia? É a economia, estúpido!

O enforcado: Carta do Tarot.

"É a economia, estúpido" foi uma frase na amplamente utilizada durante a campanha presidencial de Bill Clinton em 1992. Lembro dela agora por um motivo bem visível: Os problemas financeiros na zona do Euro, principalmente no que diz respeito à Grécia.

A Grécia se tornou o país com a pior nota de crédito do mundo nesta segunda-feira (4/7), após a Standard & Poor's reduzir a classificação do país em três níveis e considerar um "default" (não pagamento) cada vez mais provável. (leia AQUI )

Os problemas enfrentados pelos países, digamos, mais pobres da União Européia, podem estar não somente afetando o Euro, mas também a democracia naquele continente que, outrora, foi o precursor da democracia mundial no pós-guerra.

A Grécia ilustra o perigo de permitir que as agências de classificação de risco, apesar de seu péssimo histórico, dominem o terreno político. Há questões de fundo que devem ser enfrentadas a respeito de como o governo democrático da Europa pode ser minado pelo papel enormemente aumentado das instituições financeiras e das agências de classificação de riscos, que hoje se apropriaram de certas partes do terreno político da Europa. Deter a marginalização da tradição democrática na Europa envolve uma urgência que é difícil de exagerar. (leia AQUI)

O que pode estar acontecendo é que, com a valorização do “financeiro” sobre o “humano”, os avanços produzidos pelas políticas públicas na concretização do Estado de Bem Estar Social na Europa, podem estar com os seus dias contados.

O dinheiro (sempre o dinheiro) é mais importante do que as pessoas. E, quando uma agência pode determinar para onde vai um país e seu povo, estaremos diante da derrocada da democracia. A ditadura “financeirista” está a ditar o que pode e o que não pode ser concedido à população.

Em troca de ajuda financeira, a Grécia, e outros países que se encontram em dificuldades financeiras, serão obrigados a abdicar de sua independência. Terão de cortar “gastos” sociais, privatizar serviços oferecidos pelo Estado e ficarem subordinados a agentes financeiros internacionais e, pior, das ditas agências de classificação.

Por isso que me lembrei da frase:

É a economia, estúpido!

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