segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Capitalismo Globalizado: EUA "socializam" a sua crise

Para tentar driblar a crise que se abate sobre o País, os EUA inundam o mundo com 600 bilhões de Dólares. Esta medida pode provocar ainda mais problemas ao sistema financeiro mundial. Pois os emergentes e outros países periféricos, serão afetados de forma que, suas moedas fortes, inibirão es exportações e o equilibrio nas suas balanças comerciais. Quer dizer, os EUA querem "socializar" a sua crise.

Coloco aqui um trecho de uma entrevista do Presidente do Banco de Israel (banco central do país), Stanley Fischer (AQUI) que a política do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de emitir dólares e inundar o mundo com sua moeda desvalorizada é a alternativa para que os EUA retomem o crescimento, mesmo que outros países sofram com o dólar fraco.

Em entrevista a Carlos Alberto Sardenberg, publicada esta segunda-feira pelo GLOBO, Fischer disse acreditar que está distante de um acordo monetário global, tema que estará na pauta do G-20.

Confira parte da entrevista do economista, que foi vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI):

Está correto o banco central americano comprar títulos do Tesouro dos EUA e inundar o mundo com sua moeda desvalorizada?

Os EUA já não têm muitas ferramentas a acionar para voltar a crescer. Há, sim, os instrumentos fiscais, mas o déficit orçamentário está grande demais. A política monetária também chegou ao limite. Os juros básicos estão entre zero e 0,25% ao ano. Não dá para baixá-los mais.

Sobra o afrouxamento quantitativo (a emissão de dólares), com os problemas que isso causa para o mundo. Mas, considere: na situação A, os EUA adotam esses mecanismos, inundam outros países com capitais, provocam excessiva valorização cambial, mas retomam o crescimento; na situação B, os EUA não fazem nada, não há tanta pressão sobre as taxas de câmbio e o crescimento econômico se mantêm baixo por muito tempo. Eu prefiro a situação A.

Como administrar o desequilíbrio global das moedas?

Uma questão é saber se os mercados estão em condições de distribuir bem a conta do ajuste. A outra questão é saber o que vai fazer a China. Se mantiver seu câmbio atrelado ao dólar, o peso do ajuste será descarregado sobre os demais países. Mas o ajuste vai ser assim? Não sei. De todo modo, eu prefiro que os EUA voltem a crescer.

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Não é para menos que Lula e Dilma vão ao G20 levar a inconformidade com a medida. Iniciativa idêntica, a China, também não está nada satisfeita com esta medida que, se não surtir o resultado esperado, levar ao mundo, um agravamento da situação crítica do sistema financeiro mundial.

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