segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Amnésia neoliberal: como o Tigre Celta virou um Haiti financeiro



Nos anos 80 e 90, a palavra ‘Irlanda’ era pronunciada com a reverencia reservada aos quitutes finos nos banquetes neoliberais. O ‘ajuste irlandês’, iguaria produzida a partir de uma receita de cortes brutais nos gastos públicos, demissão em massa de funcionalismo e isenções maciças de impostos, era vendido nas praças de alimentação do mundo pobre como o cardápio da hora. A Irlanda era por assim dizer a garota do quarteirão do Consenso de Washingnton. Ombrear-se a ela era possível, mas exigiria uma aplicação de ferro, explicavamos os ventrílocos nativos que agora demonstram súbita amnésia em relação ao passado dest aque é a bola da vez da derrocada européia. Leia AQUI

A Irlanda vinha sendo pressionada por vizinhos europeus a pedir ajuda financeira. O pedido é uma reviravolta para o governo irlandês, que no início da semana passada afirmara que o empréstimo era desnecessário. O "empréstimo", que tem origem no FMI e, no domingo, o primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, confirmou ter chegado a um acordo com a União Europeia (UE) sobre um empréstimo para equilibrar as contas públicas irlandesas.

Cowen afirmou que os detalhes do acordo seriam negociados nos próximos dias.

Segundo o ministro irlandês das Finanças, Brian Lenihan, a quantia será inferior a 100 bilhões de euros (cerca de R$ 235 bilhões) e será usada para diminuir o déficit orçamentário do país para 3% do PIB até 2014.

O país tem gastado cerca de 19 bilhões de euros (R$ 45 bilhões) a mais do que arrecada, e os seus bancos também precisam de uma grande injeção de dinheiro.

O governo irlandês será o segundo país a receber um empréstimo da UE e do FMI para combater os efeitos da crise.

Em maio, a Grécia negociou um pacote de 110 bilhões de euros, a serem repassados ao longo de três anos.

Agora as atenções se voltam para Portugal, outra pequena economia da zona do euro com alto nível de endividamento.

Quer dizer, a maior enrolação da história do capitalismo, a cartilha neo-liberal fiundada pelo Concenso de Washingnton e implantada na Europa por Margaret Tacher, está tirando os países europeus o que foi conquistado ao longo de dácadas de duras lutas. O Welfare State ou o estado de bem estar social pleno (AQUI) está cada vez mais frágil e pode deixar de existir em breve:

Salve-se quem puder!!!

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