sexta-feira, 23 de julho de 2010

Índio, FARC, PT, CV, Chaves, narcotraficantes, Uribe, Serra, Evo, e outras letrinhas...


Depois das declarações de extrema direita do Serra-Índio, fazendo ilações a respeito de ligações do PT "com o que há de pior" que, inclusive, já foi condenado pela Justiça Eleitoral, com dereito de resposta no site Mobiliza PSDB, recordei que, nas eleições de 2002, os mesmos personagens direitosos, já haviam feito as mesmas acusações (sem nenhuma prova, é claro).

Ma aí eu também me lembrei que, lá em 1989, quando Lula foi derrotado no segundo turno por Collor (graças a "força" do PIG), do episódio do sequestro do empresário Abílio Diniz, por um grupo revolucionário chileno. Naquela época, a polícia de São Paulo, colocou camisas da campanha no PT nos sequestradores, que foram devidamente fotografados e mostrados para todo o País pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista).

Sim, esta tática de extrema direita já é bem conhecida do distinto público.

Não cola mais.


Ao contrário, penso que isso vai afundar ainda mais a candidatura do Serra-ladeira-à-baixo. O eleitor não quer um candidato desequilibrado, quer um projeto de Brasil, quer progresso, quer sesenvolvimento... e não baixarias.

Bom, mas as coisas parecem que nunca vêm sozinhas.

O Brasil e a disputa eleitoral brasileira, influenciam nas disputas geopolíticas regionais. Não se pode negar que o Brasil é estrategicamente importante para os projetos de desenvolvimento e de relações internacionais entre os países da América do Sul. Isso é claro. Serra sabe disso e, antes de seu vice dizer o que disse, Serra já havia atacado a Bilívia, o Mercosul, a Venezuela, o PT, o Lula, etc. E esses ataques são estratégicos para trazer de volta a influência estadunidense na região.

O rompimento da relações diplomáticas, anunciadas por Hugo Chaves, ontem, dia 22/07/2010, entre a Venezuela e a Colômbia, depois das denuncias de Uribe na OEA, sobre supostas bases de treinamento de guerrileiros das FARC em território venezuelano, fazem parte deste cenário.

Uribe teme que, depois de deixar o govendo, seu sucessor, Juan Manuel Santos, não siga sua política beligerante.

Leia aqui a oportuna análise do jornalista Breno Altman (Ópera Mundi) sobre este tema:

Nas últimas semanas, o presidente venezuelano Hugo Chávez passou diversos sinais conciliadores para o mandatário eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse dia 7 de agosto. O retorno também foi promissor: o novo chefe de Estado colombiano revelou-se disposto a construir uma agenda positiva, que permitisse o pleno reatamento entre os dois países.
Mas a aproximação foi fulminada pela ação de Álvaro Uribe, desconfortável com a autonomia de seu sucessor e o risco de perder espaço na vida política do país. Mesmo sem qualquer incidente que servisse de pretexto, jogou-se nos últimos dias a reativar denúncias sobre supostos vínculos entre as Farc e a administração chavista.

O ápice da performance uribista foi a atual reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos), que se realiza em Washington. Bogotá apresentou provas para lá de duvidosas, que sequer foram corroboradas por seus aliados tradicionais, de que a Venezuela estaria protegendo e acobertando atividades guerrilheiras. A reação de Caracas foi dura e imediata.

A decisão pela ruptura de relações diplomáticas, no entanto, pode ser provisória. O próprio presidente Chávez, nas primeiras declarações a respeito dessa atitude, reafirmou a esperança de que Santos arrume a bagunça armada pelo atual ocupante do Palácio de Nariño. Mas reiterou sua disposição de enfrentar e desqualificar a estratégia de Uribe.

O presidente colombiano parece mirar dois objetivos. O primeiro deles é interno: a reiteração da “linha dura” como política interna facilita sua aposta de manter hegemonia sobre os setores militares e sociais que conseguiu agregar durante seu governo. O segundo, porém, tem alcance internacional. O uribismo é parte da política norte-americana para combater Chávez e outro governos progressistas; mesmo fora do poder, o líder ultradireitista não quer perder protagonismo e se apresenta como avalista para manter Santos na mesma conduta.

Fontes do Palácio de Miraflores não hesitam em afirmar que as provocações de Uribe, além de fixar seu alvo no presidente venezuelano, seriam estranhamente coincidentes com o discurso de José Serra e Indio da Costa no Brasil, retomando a pauta de eventuais relações entre o PT e a guerrilha colombiana. Esses analistas afirmam que o governante de Bogotá deu um lance para se manter em evidência na disputa regional entre os blocos de esquerda e direita.

Autoridades venezuelanas, nos bastidores, se empenham para que haja uma condenação generalizada, dos países latino-americanos, à conduta de Bogotá e ao cúmplice silêncio norte-americano. Não desejam que outras nações sigam o caminho da ruptura, mas Chávez parece convencido que seu colega colombiano não poderá ser detido com meias-palavras ou atos de conciliação.

Esta é a deixa para que, os Estados Unidos tentem, novamente, influir nesta região estratégica. A venezuela é o quarto produtor de petróleo do mundo e, como todos sabem, os EUA são vorazes consumidores de petróleo.


A chapa tá esquentando!

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