quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Todos os anos, a mesma tragédia: porque não se respeita a natureza?

Destroços de casas equilibram-se em encosta devastada pela tempestade em Teresópolis / Foto: Leo Dresch

Até agora, mais de 350 pessoas perderam a vida em mais uma tragédia provocada por deslizamentos de encontas de morros no sudeste do Brasil.

Tudo isso poderia ser evitado ou minimizado se o Poder Público e a população, cada um, fizesse a sua parte.

O Poder Público mapeando e fiscalizando as áreas de risco para os assentamentos humanos.

E a população não se instalando nestas áreas.

A falta de investimentos em habitação e o custo de se adquirir um lote urbanizado, levam a população mais pobre a ocupar as áreas de risco. Mas também os mais abastados se instalam nestas áreas, pois procuram construir suas casas em locais mais "bonitos" sem levar em conta a fragilidade destes locais.

De acordo com a pesquisadora Ana Luiza Coelho Netto, do Instituto de Geociências da UFRJ, "a vulnerabilidade de municípios como Petrópolis e Teresópolis é, há muito, conhecida, dada a sua localização, a frágil composição do solo e, principalmente, o modo irregular como foram ocupados por ricos e pobres".

Um dos ingredientes dos desastres é o desmatamento. Solos montanhosos são especialmente vulneráveis. Mas, se ocupados por uma floresta conservada, a vegetação leva proteção às encostas. Não é o caso de boa parte da área atingida, onde o verde deu lugar a casas.

"Se existem áreas com escarpas rochosas e solo muito fino, como é característico das áreas montanhosas, será difícil impedir o estrago - lamenta a pesquisadora. - A água da chuva penetra pela fratura das rochas e a pressão a faz sair dali com muita potência, iniciando o deslizamento. A falta de drenagem, uma falha que deve ser comum naquela área, só aumenta o potencial de destruição, independentemente de haverem comunidades ou mansões no caminho".

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