sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Porto Alegre embaixo d'água: "Nenhum sistema de drenagem no mundo suporta uma chuva dessa magnitude", diz diretor do DEP


É sempre quando acontecem as coisas que se comenta a respeito. Ninguém fica estudando, por exemplo, a drenagem urbana, enquanto não se enfrenta uma enchurrada. É assim mesmo.


O dimensionamento aplicado aos dutos de drenagem urbana, exige cálculos que levam em conta as precipitações históricas para a região. Claro que não se pode projetar uma galeria para o escoamento pela maior precipitação, pois senão, seria de um tamanho maior do que seria efetivamente utilizado. Então a engenharia leva em conta o tempo de recorrência das maiores precipitações, isto é, de quanto em quanto tempo elas podem ocorrer, utiliza-se para estes cálculos, um tempo de recorrência de 20 anos. Segunto o Prof. Carlos Tutti, cálculos para o dimensionamento de obras hidraulicas, devem ser levadas em conta três variáveis: intensidade, duração e frequência, ou as "curvas i-d-f".

Numa cidade como Porto Alegre, existem galerias pluviais com mais cinquênta anos, tempo em que as chuvas e o regime climático era outro. Portanto, são galerias que já estão sub-dimencionadas. Agrava-se este quadro, a falta de manutenção e o acúmulo de lixo, que diminui o diametro do duto, dificultando o escoamento.

Dito isso, ontem nossa cidade sofreu com uma precipitação de grande intensidade em um curto espaço de tempo (leia AQUI):

"A Capital registrou nesta quinta-feira mais um episódio de chuva de curta duração e forte intensidade que provocou alagamentos e transtornos. Em cerca de 1h20min, choveu 71mm no bairro São Geraldo, 43mm na região próxima da Avenida Ipiranga e 35mm no Jardim Botânico.

Segundo o DEP, foi o equivalente a 21 dias de chuva em pouco mais de uma hora. Ernesto Teixeira, diretor-geral do órgão, definiu a chuva como "diluviana" e garante que ainda que o lixo seja responsável por prejudicar 60% do escoamento, com este volume da água qualquer sistema sofreria danos.

— Mesmo sem o lixo, que é um problema, nenhum sistema de drenagem no mundo suporta uma chuva dessa magnitude — afirma".


Mas meso sabendo-se disso, o diretor do DEP, deveria fazer uma auto-crítica, pois a Prefeitura não faz a manutenção periódica destes dutos e também, como foi mostrado em um post anterior (leia AQUI), o lixo acumulado nas ruas acaba entupindo ou diminuindo a capacidade de escoamento destes dutos.

Daí gente, é alagamento prá todo o lado. 

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