segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Produção de alimentos precisa crescer 40% em 20 anos, diz estudo

Qual será o meu futuro?

A fome acompanha a humanidade. Por motivos climáticos e econômicos, milhões de pessoas, principalmente de países pobres, sobrevivem com bem menos do recomendado de calorias para uma vida saudável. Outros morrem por não terem o que comer. Com o organismo debilitado, são porta aberta para as mais diferentes doanças.

O sistema capitalista é grande responsável por este quadro. O mundo produz toda a comida que precisamos, mas o lucro da empresas, fica acima do interesse comum. Assim, o alimento não chega ao consumidor final. Mas não é somente de comida que precisamos. Para vivermos na sociedade moderna, precisamos de mais água e energia.

O levantamento Foresight Report on Food and Farming Futures (leia AQUI), encomendado pelo governo do Reino Unido, levou dois anos para ser finalizado e envolveu 400 especialistas de 35 países.

"Sabemos que nas próximas duas décadas a população chegará a cerca de 8,3 bilhões de pessoas", disse John Beddington, um dos cientistas responsáveis pelo estudo.

"Temos 20 anos para produzir cerca de 40% a mais de comida, 30% a mais de água potável e 50% a mais de energia", completou.

Beddinton afirma que uma das dificuldades de se mudar o sistema atual é que "ele funciona para a maioria das pessoas, mas os que estão em risco têm menos influência nas tomadas de decisões".

Recomendações

O estudo enfatiza a necessidade de mudanças na agricultura para que o aumento na produção não comprometa a sustentabilidade.

Os pesquisadores dizem que não há “solução única” para o problema e que sua resolução deve ser o resultado do esforço conjunto em várias frentes, combinando o aumento da produção sustentável, de alimentos e energética, com as preocupações com mudanças climáticas.

Para isto, os cientistas recomendam não descartar uso de tecnologias como modificações genéticas, clonagem e nanotecnologia.

O relatório britânico também recomenda mecanismos para que governos e produtores de alimentos prestem contas a respeito de seus progressos na redução da fome, no combate às mudanças climáticas, na degradação ambiental e no aumento da produção alimentícia.

Brasil

O relatório elogia as políticas sociais adotadas pelo Brasil nos últimos anos.

"A experiência brasileira dos últimos dez anos mostra que, se há vontade política, a pobreza e a fome podem ser diminuídas substancialmente", afirma o texto.

O estudo cita dados que estimam que, se as políticas sociais não tivessem sido implementadas, a taxa de pobreza brasileira teria sido de 13% em vez de 8% durante o biênio 2004/5.

As políticas, de acordo com o estudo, seriam resultado da combinação de "lideranças fortes de dois presidentes sucessivos e uma forte sociedade civil".

Um comentário:

Gabriel Negreiros disse...

Caro, Rangel, tu falastes da questão energética neste post. A demanda está crescendo e a gama de fontes alternativas no Brasil é enorme. O que tu pensa da questão de Belo Monte? É um projeto com um custo enorme e que não vai ter tanta eficiência como se espera. Além disso, a imensa área que vai ser inundada da floresta amazônica. Talvez Belo Monte seja o inicio de uma jornada sem volta para nossa biodiversidade. Belo Monte é um projeto que teve e que tem apoio do goverto petista, eu não quero alfinetar ninguém só gostaria de saber a tua opinição como geografo sobre o assunto. Até mais!