quarta-feira, 4 de maio de 2011

O capitalismo nunca perde: FMI exige de Portugal privatizações e cortes de gastos sociais

Este fime nós ja vimos por aqui. Na hora dos lucros, o dinheiro é dos capitalistas... na hora de ratear o prejuízo, chamam o Povo.

Portugal terá que se submeter a duras exigências da UE (União Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para receber o socorro financeiro de 78 bilhões de euros (R$ 184 bilhões), entre elas adotar um programa de privatização, suspender benefícios fiscais e cortar despesas em saúde e educação.

Uma parte do socorro será transferida para ajudar os bancos portugueses. O acordo prevê que do total do pacote de ajuda, o sistema financeiro pode receber 12 bilhões de euros para se fortalecer.

O documento do acordo vazou nesta quarta-feira para a imprensa portuguesa. Na terça-feira (3), ao anunciar que os termos do pacote de ajuda foi fechado, o primeiro-ministro demissionário José Sócrates disse que não poderia detalhar seu conteúdo antes de apresentá-lo à oposição. Mas em discurso otimista, ele afirmou que era um acordo que 'defende Portugal'.

A oposição portuguesa recebeu hoje o texto com os termos do pacote de ajuda. E terá até 16 de maio para decidir se concorda com as exigências. Em 17 de maio, o pacote tem que receber o aval dos líderes da União Europeia.

CONDIÇÕES

A íntegra do acordo, divulgado no site do "Jornal de Negócios" de Portugal, prevê que o socorro financeiro seja liberado em parcelas, depois de uma avaliação trimestral sobre o cumprimento das exigências. Caso se identifique que Portugal descumpre as condições, novas exigências serão impostas.

O FMI e a UE exigem que Portugal "acelere" seu programa de privatização, que inclui os setores de transporte (como aeroportos e a TAP), energia (como a Galp, a EDP e a REN), comunicações (os Correios) e seguros (a Caixa de Seguros). Além disso, pequenas empresas estatais também devem ser privatizadas.

O documento não cita a Caixa Geral de Depósitos. Na terça-feira, Sócrates garantira que o banco não seria privatizado.

Os futuros credores de Portugal exigem, ainda, o fortalecimento do sistema financeiro português. Para isso, 12 bilhões de euros do pacote de ajuda poderão ser usados para aumentar o capital dos bancos, "dentro das regras de ajuda da União Europeia". Ou seja, os bancos que aceitarem o socorro, também estarão submetidos às exigências da UE, que incluem restrições e medidas de reestruturação.

Para cumprir a exigência de reduzir o deficit público de 9,1% do PIB em 2010 para 5,9% este ano, o país terá que tomar uma série de medidas fiscais especificadas no documento.

Os cortes de despesas incluem menos 195 milhões de euros para educação. Subsídios públicos para a produção de produtos e serviços privados também devem ser reduzidos.

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