segunda-feira, 16 de maio de 2011

Continuamos a ser medievais, somente com mais tecnologia... só isso!

Em meados do século passado, muito se falou em modernismo - movimento que se baseou na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas. Assim, se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura, onde a ideia de reexaminar cada aspecto da existência humana na Terra, do comércio à filosofia, teria o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso".

Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e eminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo. Nem bem iniciamos o processo de nos tornarmos modernos e, na ligeireza que o mundo anda, da noite para o dia, já se falava em sermos pós-medernos.

A pós-modernidade, que é, segundo muitos estudiosos, a condição sócio-cultural e estética que prevalece no capitalismo contemporâneo após a queda do Muro de Berlim e a consequente crise das ideologias que dominaram o século XX. O uso do termo pós-modernide se tornou corrente, embora haja controvérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência.

No meu ver, como já disse o antropólogo e filósofo, Bruno Latour, que defende a tese de que o homem, até mesmo aquele que se autodenomina pós-moderno, mal chegou a ser moderno: continuamos a ser os mesmos que éramos na Idade Média, bárbaros com uma pitada de tecnologia.

Quero dizer que, a sociedade humana, independente de ser ocidental ou oriental, continua sendo mística, preconceituosa, conservadora e intolerante. Para vivermos em um mundo melhor, talvez civilizado, temos de mudar muito.

Mas porque digo tudo isso, que ainda somos medievais?

Vejam bem: recentemente, beatificamos um Papa, casamos um príncipe e, numa cruzada épica, invadimos um território alheio e matamos um mouro.

E assim vamos indo... para onde mesmo?

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