'Não somos heróis, somos vítimas', diz mineiro Franklin Lobos resgatado de mina no Chile
O mineiro chileno Franklin Lobos (leia AQUI), que passou mais de dois meses preso em uma jazida no norte do Chile junto de outros 32 companheiros, foge da fama adquirida com o episódio e assegura que ele e os outros mineradores não são heróis e sim "vítimas" da irresponsabilidade dos donos da mina San José.
A mina San José (leia AQUI), onde 33 mineiros ficaram presos por quase dois meses a 700 m de profundidade, funcionava sem cumprir determinações de segurança do Serviço Nacional de Geologia e Minas do Chile (Sernageomín, na sigla em espanhol). Localizada no deserto do Atacama, no Chile, a mina funcionava há 30 anos e já havia sido fechada por várias vezes por problemas de segurança.
Depois da última interdição, em julho passado, os trabalhos foram retomados com autorização do Sernageomín, mesmo sem cumprir as determinações feitas pela fiscalização. As informações constam no relatório feito pela Comissão de Minas e Energia da Câmara de Deputados do Chile, e foram confirmadas pela proprietária da mina, a Compania Mineria San Esteban Primeira S.A., em conversa telefônica com a reportagem do Terra.
Como se sabe muito bem, o neoliberalismo chileno, entregou a iníciativa privada, muitas de suas minas e que estas, para terem maiores lucros, não exita em não cumprir as normas de segurança impostas pelo governo.
Com faturamento de US$ 7, 8 milhões em 2009, a Companhia Mineira San Estaban Primera S. A. emprega cerca de 300 pessoas. Corre na justiça chilena um processo de falência da empresa, e um especialista foi designado pelo tribunal para analisar se a empresa poderá retomar suas atividades. A decisão judicial deve sair em 20 dias. Segundo a assessoria da San Esteban, a empresa enfrentava problemas financeiros, mas nos dois meses anteriores ao acidente, apresentou bons resultados, graças à renegociação de dívidas com credores e trabalhistas.
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