terça-feira, 21 de setembro de 2010

Michael Hudson: “Modelo econômico dos EUA está falido”

BRASÍLIA - “No cinema, nós já tínhamos o Michael Moore. Agora, na economia, temos o Michael Hudson”. A brincadeira feita pelo conselheiro Jacy Afonso de Melo revela o impacto causado pela intervenção do economista e professor da Universidade do Missouri na quinta-feira (16), durante sua participação em um seminário internacional promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em Brasília. Hudson, um ex-economista de Wall Street, mereceu repetidos aplausos dos participantes do seminário ao apresentar, assim como o xará cineasta, um ponto de vista ácido e crítico sobre o modelo econômico de seu país.

Segundo o economista norte-americano, os Estados Unidos impulsionou “um modelo econômico que está falido” e, com o advento da mais recente crise econômica global, cabe agora aos países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) usar sua força conjunta para colocar em marcha um modelo alternativo: “Quando o EUA diz que os países do Bric ainda têm espaço para aumentar suas dívidas, o que quer dizer é que estes países ainda têm minas que podem ser vendidas e ainda têm florestas que podem ser cortadas. Nos próximos anos, o Norte vai fazer o máximo possível para pegar os seus recursos”, disse Hudson, em uma de suas muitas frases de impacto.

Hudson afirmou que o governo norte-americano passou 50 anos obrigando os países em desenvolvimento a contrair empréstimos que, na verdade, tinham como objetivo principal a criação de uma infra-estrutura que facilitasse a exportação de grãos, minério e outras matérias-primas para os EUA: “Mais tarde, em sua fase neoliberal, o governo dos EUA perguntou: por quê vocês, para pagar as dívidas que contraíram conosco, não vendem as estradas e portos que construíram com o dinheiro que emprestamos?”, concluiu.

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