Alguém ainda lembra do Lutzemberger?
Quando se fala em movimento ecológico no Rio Grande do Sul, sempre vem a nossa mente, a figura de um dos maiores estudiosos desse tema, o Lutzemberger. Figura emblemática e, também, polêmica, nuca mediu as palavras na hora de expressar suas idéias. Foi ministro meteórico do governo Collor, caiu graças as suas posições radicais em defesa do meio ambiente, pois batia contra os interesses econômicos daqueles que nunca respeitaram a natureza.
Lendo recentemente um livro seu, Ecologia: do jardim ao poder, vejo o Lutz como um guerreiro que lutava incansavelmente contra os poderosos que usurpam da natureza a matéria prima para acumular seus lucros (imensos).
Num momento em que o Pampa gaúcho está sendo apropriado para o plantio de espécies exóticas para a celulose pelos grandes grupos ecomômicos, vale lembrar uma passagem desse livro para a nossa reflexão:
"Hipocritamente, o 'reflorestamento' é apregoado como solução ecológica. Mas o enfoque tecnocrático faz com que ele seja extremamente antiecológico e aumente a injustiça social. O incentivo fiscal só beneficia, mais uma vez, os grandes, aqueles que já devastaram a floresta em grande escala, os madeireiros e outros que só querem ampliar o capital, grandes comerciantes, industriais, empresários agrícolas. Os gigantescos plantios são feitos pelas firmas reflorestadoras que, para aplicar grandes capitais, precisam de imensas extensões de terra. Estas só se conseguem nas últimas selvas. Destoem-se assim ecossistemas intactos, nivelados pela lâminas dos tratores e substituídos pelas lavouras de eucalipto, acácia, pinus, gmelina e outros."
Lutzemberger, J. (1985) Ecologia: do jardim ao poder. Porto Alegre: L & PM.
2 comentários:
Grande pessoa, pena q eu ñ conheci ele, mas suas idéias continuam vivas e eu o respeito muito.
Livros Lutzenberger, documentários no blog
http://nichoeco.blogspot.com
Estranho!!! ele falava tando nos poderosos, e no entanto, quem praticamente sustenta o empresinha que ele deixou (VIDA PRODUTOS E SERVIÇOS), é a Aracruz.
Falar é fácil..o difícil é manter em atos o que se fala por aí.
Abraço.
Teotônio/ GUAIBA RS
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