segunda-feira, 29 de setembro de 2008

As mudanças na América


Toda e qualquer mudança exige uma certa dose de rompimentos e conflitos. As pessoas apegam-se ao que é conhecido por medo do novo, a insegurança daquilo que é desconhecido.
As mudanças, por conseguinte, geram discussões e, algumas vezes confrontos.
Falo isso tendo em mente as transformações que estão ocorrendo na América Latina, principalmente nos países da América do Sul: Bolívia, Equador e Venezuela. Aqui os governos estão implementando mudanças constitucionais visando aprofundar ações que visam fortalecer os Estados contra, principalmente, os grandes grupos econômicos que defendem os interesses dos países desenvolvidos, notadamente os interesses dos Estados Unidos.
Vê-se que, no Brasil, essas mudanças são demasiadamente lentas e pouco profundas. O governo Lula, parece temer o desgaste e o enfrentamento. Estão "trancadas" as reformas política e econômica (tributária). A reforma agrária está parada, frente a pressão dos representantes do agronegócio, milhões de pessoas com aptidão para o campo, sem seu pedaço de terra.
Já em outros países latino-americanos, seus presidentes tomaram a frente para levar adiante as reformas necessárias. Hugo Chaves, Evo Morales e, agora, Rafael Correa estão implementando mudanças constitucionais que geram controvérsia e protestos e, até mesmo violência, por parte da oposição, mas mesmo assim, são levadas adiante.
A América Latina tem de aperfeiçoar a sua democracia e melhorar a vida do povo, mesmo que para isso, tenha de ir para o enfrentamento com as forças de oposição, ligadas aos interesses econômicos internacionais.
Deve-se levar em conta que, com a crise dos mercados e o pacote de 700 bilhões de dólares anunciado pelo presidente Bush, podemos ter certeza que, quem vai pagar por isso, não serão os estadunidenses, mas os povos da periferia, entre estes, nós, os americanos do sul.
Por essa ótica é que, as reformas constitucionais, que dão mais poder ao Estado Nação são tão importantes para fazer frente a essa escalada, pois já vemos que, com a ativação da quarta frota americana, vem chumbo grosso por aí.

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