quarta-feira, 11 de julho de 2012

Vistas tombadas ajudam a manter paisagem 'interiorana' em Londres

Vista panorâmica de Primrose Hill Foto: David Iliff. Licença: CC-BY-SA 3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.en)

Londre será a sede das Olimpíadas de 2014. Nada mais normal então que a capital inglesa seja o foco de inúmeras matérias jornalísticas.

Uma que me referi em um post anterior AQUI, trata da inalguração do Shard (ou o caco de vidro) dá conta da polêmica gerada pela intervenção na paisagem londrida deste arranha-céu.

Pois na Europa, ao contrário do Brasil, por exemplo, a preservação da paisagem é algo levado a sério, com uma legislação específica para o seu ordenamento.

A BBC publica em seu site, uma matéria de Rogerio Wassermann (leia e veja as imagens AQUI) que trata da preocupação dos londrinos sobre a preservação da sua paisagem:
Vista do centro de Londres a partir do Alexandra Palace  (Foto: Terry Wilson / BBC Brasil)

Para um turista desavisado, a vista panorâmica de Londres a partir de um dos muitos mirantes da cidade pode surpreender. Com um número relativamente pequeno de edifícios altos, a capital britânica tem um horizonte que mais lembra uma cidade pequena do que uma megalópole de quase 8 milhões de habitantes.


Em grande parte, isso se deve às duras regras para construção na cidade, que limitam o adensamento em algumas áreas e preservam o passado. Um dos aspectos dessa preservação são as 13 vistas da cidade protegidas por lei, que impedem que a visão de determinados pontos da cidade sejam perdidas por construções altas.

A maioria das vistas protegidas de Londres estão localizadas em parques da cidade, alguns distantes vários quilômetros da área central, criando longos corredores nos quais a altura das construções é limitada.

Cervos no Richmond Park (Foto: Terry Wilson / BBC Brasil)
Por essa razão, os arranha-céus de Londres estão concentrados em poucas áreas, como a City (o centro financeiro da capital britânica) ou a região de Canary Wharf, recentemente desenvolvida no leste da cidade - em pontos onde não atrapalham as paisagens protegidas por lei.

Para o arquiteto Peter Murray, presidente da organização não governamental New London Architecture, as vistas protegidas são um reflexo do pragmatismo do planejamento urbano na cidade e também da visão dos moradores sobre sua própria cidade.

"Os projetos para construção são submetidos a consultas populares, e as pessoas com os argumentos mais fortes tendem a ganhar", observa. "Os londrinos consideram importantes para a cidade as vistas desses locais específicos. Haveria fortes objeções da população se construíssem algo que encobrisse a vista da catedral de St. Paul, por exemplo", disse ele à BBC Brasil.

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