A Geografia dos arrastões em São Paulo: o que fazer para contê-los?
A maior metrópole brasileira, também tem os maiores problemas do Brasil. São Paulo é a capital da gastronomia e, agora, sofre neste quesito, com os conhecidos arrastões em seus mais famosos e chiques restaurantes.
Estado governado pelo PSDB a quase 20 anos, nada ou quase nada, investe na cidadania. Assim, a violência antes restrita ao bairros pobres da periferia paulistana (bem longe dos ricos), chega com tudo nos bairros dos endinheirados.
Restaurantes sofisticados, bares badalados, pizzarias e cafés de São Paulo tornam-se alvos de bandidos. Somente nos primeiros seis meses de 2012, 22 estabelecimentos sofreram arrastões. O governo paulista anunciou reforço policial para conter este tipo de crime.
Representantes destes lugares estão reforçando a sua segurança com vigias disfarçados, câmeras que captam imagens no escuro e até botão do pânico. Mas parece que nada disso adianta.
A Geografia aqui também está presente, o portal IG (veja AQUI) disponibilizou aos seus usuários um mapa (Google Maps) onde estão locados todos os arrastões da capital paulista.
São Paulo (leia AQUI) é uma cidade profundamente desigual onde os investimentos públicos e privados não estão, necessariamente, interessados em reverter as disparidades econômicas e sociais que alimentam grandes contrastes entre as diferentes regiões da cidade. Seria uma ilusão achar que essa estratégia que combinada crescimento, desenvolvimento e manutenção das desigualdades passaria impune.
Num projeto viável de cidade, não existe simplesmente a opção “cidade sem crime”. Isso deve, essencialmente, vir acompanhado de uma cidade mais democrática, mais acessível, com mais oportunidades, e menos desigual.
São Paulo foi eficiente na criação de bairros-ilhas. Ilhas de urbanização, ilhas de luxo, de convivência. No caso da segurança, os serviços privados alimentaram de maneira ainda mais contundente a fantasia de que seria possível criar ilhas de proteção. O que os arrastões vêm mostrar é que essa estratégia de isolamento dos problemas, das pessoas e, em certos casos, da realidade, não funciona; a segurança é um problema público, cuja solução não vai ser encontrada no âmbito privado.
São Paulo precisa se convencer de que alguns poucos espaços seguros não fazem e nunca farão uma cidade segura. Ou estamos todos seguros em São Paulo ou ninguém estará.
Políticamente, é fato sabido, o PSDB, sempre teve em suas prioridades, o investimento visando os ricos. Esta perversa ótica, somente agrava os problemas sociais. A falta de acesso aos bens sociais (educação, saúde, lazer) e aos bens urbanos (moradia e transporte) agrava a situação desta imensa cidade.
São Paulo e sua administração desastrosa, privilegiam o grande capital especulativo (leia AQUI), privatizando e segregando o espaço público. Agora, bairros inteiros são "entregues" ao grandes grupos econômicos e imobiliários, sob a desculpa de "revitalização" mas, na verdade, expulsam a sua população tradicional.
Nos resta olhar o mapa da violência...
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