A globalização e a "desindurtrialização" no Brasil: um caminho sem volta?
“As antigas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a ser destruídas a cada dia. São suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão de vida ou morte para todas as nações civilizadas (…) Em lugar da antiga auto-suficiência e do antigo isolamento local e nacional, desenvolvendo-se em todas as direções um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isso tanto na produção material quanto na intelectual. Os produtos intelectuais de cada nação tornam-se patrimônio comum. A unilateralidade e a estreiteza nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis e das numerosas literaturas nacionais e locais forma-se uma literatura mundial”. (Marx; Engels, 2001, pg. 49)
Parece que estas palavras foram escritas hoje. Mas na realidade têm mais de 150 anos.
A globalização, tão discutida nos anos 90, sobre os rumos da economía mundial, ficaram prá trás. Hoje, as grandes corporações se espalharam pelo mundo e o fazem em busca de mais lucros. E isso com um custo ambiental incalculável, que não é computado no preço das mercadorias. As mesmas mercadorias que são transportadas de um lado para outro do planeta em grandes navios consumindo energia e poluindo a atmosfera e os oceanos, agravando o aquecimento global.
Os governos nacionais ficam refens do capital e não ao contrário, como deveria ser.
Ontem em Porto Alegre ocorreu uma manifestação em pról da proteção da indústria nacional (mas o que é industria nacional?). Com o aumento das importações (muito mais baratas, pois na maioria das vezes é fruto de trabalho escravo ou semi-escravo) astá ocorrendo um processo de "desindustrialização" no Brasil.
Mas como se faz isso, se hoje estamos em um mundo globalizado?
Somente os incentivos governamentais são incipientes perante o interesse especulativo das grandes corporações.
Vivemos em uma crise não somente econônica do capitalismo globalizado. Esta crise também é ambiental. O Brasil exporta matérias-primas, alimentos e água (contida nos alimentos e na produção das matérias-primas). E a crise mundial, além de retirar a competitividade da indústria nacional, também afeta a exportação da produção primária, pois os países da Europa e os EUA, tem enormes dificuldades econômicas.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos do RS (Abimaq), pelo menos 15 mil vagas de trabalho deixaram de ser criadas em razão da substituição da produção brasileira por importados. "Não existe país rico sem indústria desenvolvida. Caxias do Sul é o segundo maior polo mecânico do Brasil, mas precisa de suporte para competir. Quem transforma o aço em máquina é a indústria, que cada vez mais está desvalorizada", disse o presidente da associação, Luiz Alberto Neto. Leia AQUI.
Mais do que nunca Carl Marx é atual. Sua visão de mundo de 150 anos atrás se mostra agora, viva.
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