quarta-feira, 11 de junho de 2008

O fim das carroças em Porto Alegre, por decreto?


O vereador Sebastião Melo (PMDB) é autor de lei a ser votada desta quinta-feira na Câmara de Porto Alegre, que pretende acabar com as carroças e carrinhos de tração humana na cidade. Sua motivação, segundo suas declarações à mídia, "são proporcionar uma vida mais digna para os carroceiros e suas famílias, melhorar o trânsito da cidade e evitar os maus tratos aos cavalos".


Muito bem! Mas como isso vai ocorrer?


O vereador propõe um prazo de oito anos para a retirada total desses veículos das ruas de Porto Alegre e a sua proibição de circulação nas ruas da cidade.


Ele ainda sustenta que, isso somente se dará, com a migração dessas pessoas para outras atividades e, se isso não ocorrer, nada feito.


É louvável a sua preocupação social e com a saúde dos animais. Mas o vereador quis saber, por acaso, o que pensam desse projeto as pessoas envolvidas? Os carroceiros e carrinheiros?


E o executivo, fará a sua parte? Já que não existe um cronograma de ações de inclusão social dessa população. Pois como se vê, o atual alcaide, inclusive acabou com projetos que já existiam, e ele não está preocupado com isso, pois no centro da cidade, os carroceiros e carrinheiros é que fazem a coleta seletiva, que seria obrigação da Prefeitura.


Fora isso, tenho algumas questões:


E a Brigada Militar e o Exército, vão deixar, também, de utilizar os cavalos em suas lides?


E o trânsito, vai melhorar mesmo? Não é o número excessivo de automóveis que são vendidos que estão atravancando a circulação em Porto Alegre?


Sendo uma questão social, não seria mais correto, primeiro, melhorar as condições de vida dessa população excluída?


Parece que a modernidade está esquecendo-se de que, as questões urbanas, não são resolvidas por decreto e sim, através de ampla discussão com a sociedade. Os rumos atuais do desenvolvimento urbano passam necessariamente por essa participação se não, não terão o resultado esperado.

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