quinta-feira, 2 de junho de 2011

UFRGS e PUCRS podem adotar exemplo de cidade coreana para revitalizar Arroio Dilúvio

File:Korea-Seoul-Cheonggyecheon-01.jpg
Rio Cheonggyecheon em Seul depois de renaturalizado. 

Já é corrente em países europeus a renaturalização de cursos d'água, antes canalizados, para o retorno às condições naturais. Não existe benefício algum em se canalizar um rio (leia AQUI). O que se faz é esconder a degradação provocada por nós mesmos. Parece até que, o problema, é o rio.

Um dos projetos de renaturalização mais famosos do mundo vem de Seul, na Coréia. O rio Cheonggyecheon, que corta esta importante cidade, passou por um processo que trouxe de volta à população o seu rio, num projeto urbanístico muito interessante e integrador (leia AQUI).

Pois as duas maiores Universidade do Rio Grande do Sul, querem trazer a experiência para Porto Alegre.

O objetivo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) – com instalações na Avenida Ipiranga, margeada pelo Dilúvio – é reproduzir o modelo de revitalização de Seul. (leia AQUI )
O rio corta um pedaço da cidade asiática em uma geografia que remete ao Arroio Dilúvio. A diferença está na água limpa e na urbanização de suas margens, um cenário bem diferente da situação do local no início do século.
Arroio Dilúvio no início do Século XX.

O pró-reitor de Pesquisa da UFRGS, João Edgar Schmidt, e o gestor de Relacionamentos do TecnoPUC, Luis Humberto Villmock, decidiram propor juntos à prefeitura uma parceria para a mudança.

Os corpos técnicos das universidades estarão à disposição para os levantamentos necessários. A ideia já teve o aval do prefeito José Fortunati, que conversou com os dois por telefone.

A Embaixada do Brasil busca dados técnicos com a prefeitura de Seul. O governo do Estado também deu apoio à iniciativa. O Cheonggyecheon foi entregue recuperado em 2002. Suas águas seguem limpas e sua margem permite o acesso da população ao rio.
Se for realmente levado à frente o projeto, os disturbios decorrentes da retificação e canalização do Arroio Dilúvio, daria por encerradas as constantes dragagens para retirada de sedimentos decorrentes da erosão. Fiz meu trabalho de conclusão do Curso de Geografia e, posteriormente, no Mestrado (leia AQUI), sobre uma das nascentes do Arroio Dilúvio, o Arroio Mãe d'Água, na divisa entre Porto Alegre e Viamão, junto ao Campus do Vale da UFRGS.
Arroio Dilúvio hoje, um imenso esgoto a céu aberto.

E sei, se for tocado à frente o projeto, deve ser realizado o saneamento ambiental desde as nascentes que, hoje, estão grandemente impactadas pela expansão urbana e pelos esgotos domésticos. A outra nascente do Dilúvio é o Arroio do Sabão, que nasce no Parque Saint Hilaire, onde foi contruída uma barragem que é utilizada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre para abastecimento, mas que, também, sofre com os dejetos lançados em suas águas.

Esta seria uma boa iniciativa para aquelas empresas, como a Pepsi e a Coca-Cola que, atotaram áreas de Porto Alegre, como a Orla do Guaíba e o Parque da Redenção, respectivamente. Pois é muito fácil adotar algo que não dá trabalho. Queria ver estas duas grandes multinacionais financiarem algo que realmente seja relevante para a cidade.

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