Tecnologia, consumo e dor: o quê está por traz de um inocente(?) celular
Na maioria das vêzes que compramos algo, alguma coisa, de um alfinete até um avião (isso eu não vou comprar), nem sequer de longe sabemos o que está por traz daquilo que consumimos. Para que tenhamos as "maravilhas" do século XXI, além da tecnologia, muita gente sofre, é escravizado, fica doente e, muitas vezes, perde a vida, para que as corporações possam nos vender suas bugigangas.
Uma destas "maravilhas", sem dúvidas, são os telefones celulares que, no Brasil, chegam a existir dois por habitante. Os celulares para serem fabricados, dependem de matérias primas raras que vêm, principalmente, da África, o continente mais pobre do planeta.
O documentário Blood on the mobile, do cineasta dinamarquês Frank Poulsen, mostra os horrores vividos nestas minas no Congo.
Em Bisie, (leia o artigo AQUI) milhares de pessoas se dedicam a procurar um dos minérios que, muitos estágios depois, se transformam em componentes dos celulares que todos usam. Foi lá que o diretor conseguiu as imagens mais impactantes de seu documentário, Blood In The Mobile (Sangue no Celular, em tradução livre).
Concluído no fim de 2010, o filme teve exibições esporádicas desde então (incluindo sessões no festival brasileiro É Tudo Verdade deste ano). Entre este mês e o fim do ano, o alcance deve aumentar, com sua inclusão em diversas mostras e festivais nos EUA e Inglaterra.
Blood In The Mobile é um ruído desagradável em um mundo dominado por máquinas e pelo consumo destas. O filme alerta que as matérias-primas que fazem este século 21 ser tão bem informado e conectado muitas vezes vêm de lugares que remetem aos tempos da escravidão. As cenas de Bisie podiam muito bem ser do Congo Belga do fim do século 19, descrito em tons sinistros pelo escritor Joseph Conrad no clássico Coração das Trevas.
Se você se interessa pelo tema, pode baixar o documentário AQUI
Lembre-se disso antes de trocar o seu celular.
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