quarta-feira, 24 de março de 2010

Negociata entre Yeda e RBS em área nobre de Porto Alegre: Ninguém diz nada... zzzzzzz.







O espaço geográfico é definido como sendo o palco das relações do homem com a natureza. No conceito expresso por Milton Santos (1997), o espaço geográfico constitui "um sistema de objetos e um sistema de ações" que “é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como um quadro único na qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois cibernéticos fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina”.


Partindo deste princípio, podemos entender que as ações sempre têm uma intenção. Nada ocorre dissociado de uma intencionalidade que visa um resultado. Assim, dentro do capitalismo, estas ações, seguem os preceitos ditados por este sistema. E, como sabemos, no capitalismo, quem tem capital tem poder.


Digo isso porque estamos assistindo em nosso estado, um grande conluio entre o público e o privado, onde, neste caso, o privado está sempre se sobrepondo ao público, o coletivo.
Do que estou falando?


Estou falando do projeto de lei 388, que está em tramitação na Assembléia Legislativa, autorizando a alienação ou permuta de um terreno de 74 hectares, quase em frente ao Estádio Beira-Rio, onde atualmente está a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo – FASE, um grande “negócio da china” que o Governo do Rio Grande do Sul e, sua “sócia” a RBS, estão apressados em concretizar.


Cabe acrescentar que, os Sirotzky, donos da RBS, também são donos da Maiojama, incorporadora e construtora que tem interesse velado, mas verdadeiro, na aquisição desta área para a construção de prédios de alto padrão.
Esta área, além de ser onde está localizada a FASE, também estão ali em torno de 10 mil pessoas.


E aí... o que será destas pessoas?


O deputado Raul Carrion, que também é membro do Conselho das Cidades, conseguiu, através de manobras regimentais, frear o ímpeto do Executivo em aprovar o Projeto. Mas somente isso não vai adiantar. Pois como já disse acima, os interessados neste negócio além de capital têm muito poder. Poder este que recai sobre muitos dos deputados que vão apreciar a matéria. Deputados que não têm compromisso com o coletivo, com o público, legislam em causa própria, ou dos seus financiadores.


A blogosfera tem um papel importante nesta questão, de divulgar este “negócio da china”, e denunciar este conluio, mais um do governo Yeda.

Leia aqui, artigo esclarecedor dos jornalistas Alexandre Haubrich e Cris Rodrigues, desnudando esta negociata.

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