segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Espaço púlblico x espaço privado



Nos últimos anos temos assistido uma simbiose que nos deixa meio que confusos em definir onde é o espaço público e onde inicia o espaço privado. Ao longo do tempo, muitos estudos se seguiram para entender esse processo. Atualmente, na periferia de Porto Alegre, pipocam inúmeros condomínios "fechados", que nada mais representam do que a privatização do espaço urbano. Ruas, redes de água e esgotos, energia, comunicação e o espaço, pertencem aos que lá vivem. Para se entrar nesses lugares, somente com "autorização".
Mas o que quero refletir aqui, diz respeito a privatização ou semi-privatização do espaço urbano e de seus equipamentos.
Dois eventos são a síntese do que ocorre hoje na cidade. Uma, é concessão do poder público, da Usina do Gasômetro para a RBS, E outro, é o Acampamento Farroupilha, no Parque da Harmonia.
No Primeiro, vemos uma entrega total, de um equipamento da população, onde funcionam (ou funcionavam) diversos projetos populares de cultura. A RBS, coitadinha, recebeu de mão beijada (vai depois pintar o interior) a Usina, fazendo com que, os projetos parem de funcionar naquele local. Assistimos aqui, um exemplo claro da privatização do espaço público, e o pior, com o dinheiro público, pois a "coitadinha" da RBS, recebeu incentivos fiscais da Lei de Incentivo a Cultura – LIC (?) do Governo Federal, para a sua exposiçãozinha (3 meses). O prefeito virtual, empregado da RBS, por coicidência, demorou um ano para pintar a Usina, aí, depois, coincidentemente, estava pintada em um mês, bem a tempo de abrigar a RBS.
No outro, se dá a ocupação do parque pelos tradicionalistas. Nada contra a esses. Mas o parque é do povo, e a ele pertence. Constroem uma verdadeira cidade, no meio de uma flora e fauna que sofre com essa agressão. Pisoteiama a grama, apóiam suas construções em árvores, afastam os pássaros, etc.
Atualmente, algo mais grave ainda está acontecendo. Vemos a ocupação (privatização) de uma área próxima para estacionamento de visitantes. Cercaram uma parte próxima ao Guaíba, impedindo o livre trânsito e, ainda por cima, cobram cinco reais por veículo. Pergunta: para onde vai esse dinheiro? Quem se beneficia de um espaço público para tirar proveito próprio? É um absurdo!
Vivemos em uma terra de ninguém, melhor, vivemos na terra de poucos. Aqui, o povo, é tratado como uma boiada, segue o que seus "donos" mandam. E o pior, acham que está tudo normal, maravilhoso...

Um comentário:

Ayeka disse...

Foi um bom post! Eu acho que você foi feliz em seus argumentos, que foram bem esclarecedores.
Parabéns pelo blog!