A rua é do povo: samba e cultura no Gasômetro.

Ontem, dia 29 de novembro, um domingo de muito sol (nós já estamos meio que acostumados com os dias nublados, não é?) o povo tomou conta da rua General Salustiano, em frente a Usina do Gasômetro. Muita gente foi conferir a festa com roda de samba no Boteco do Paulista, na esquina com a rua Riachuelo onde se apresentaram os músicos da velha guarda da Portela, Monarco e Guaracy. Também outra roda de samba, com músicos locais, no Bar da Ivone, onde grafiteiros fizeram um mural em homenagem ao mestre Cartola.

Como assíduo freqüentador das rodas de samba no entardecer dos domingos no Gasômetro, eu fiquei feliz de ver tanta gente curtindo e incentivando estas iniciativas, espontâneas e populares.

Penso que, festa de verdade, é assim, tem de ser do POVO.

O espaço público deve ser do povo, de toda a população, não pode ser restrita, dirigida somente a “alguns” felizardos e endinheirados.

Porque falo isso? Porque a menos de um quilômetro desta festa popular, o Prefeito Foga$$a, privatizou a Orla do Guaíba para a realização do III salão Náutico do Mercosul que, na realidade, o náutico, é só uma desculpa para vender carrões de luxo e imóveis em condomínios fechados.

Lá, diferentemente de uma festa popular, o POVO, não entra, a não ser que desembolse R$ 15,00 para entrar e, se for com seu carro, pague mais R$ 12,00 para estacionar. Sim, além de cercarem o espaço público, segregam e se locupletam.

Eu prefiro estar onde o POVO está!