segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia em Santa Maria (RS): Quem são os culpados?

(Emerson Souza/Agencia RBS)

Ontem, domingo, sem nada saber, como faço sempre, fui trabalhar na minha banca no Brique da Redenção. Quando lá cheguei é que fiquei sabendo do incêndio da Boate Kiss que vitimou mais de duzentas pessoas, jovens, no início de suas vidas. Como pai, imaginei o sofrimento de se perder um filho, prinipalmente numa situação trágica.

Eu estava lá no Brique, expondo meu artesanato quando, lá pelas onze horas, chega o primeiro helicóptero com os feridos para o HPS, depois o segundo, terçeiro. Me abateu um tristeza de imaginar a dor dos feridos dentro das ambulâncias que iam e vinham... não deu mais, sem condições emocionais, fui embora chocado.

Mas porque acontece este tipo de tragédia?

Quem são os culpados?

Isso tudo as investigações e o tempo vão dizer, em parte, pois nunca saberemos como, de que forma, desencadeou o incêncio e a morte de 233 jovens e mais de oitenta feridos em estado grave.

Vou colocar aqui um fragmento de que escreve o Marco Weissheimer sobre o acontecido (leia na íntegra AQUI

"Uma tragédia como a de Santa Maria não é nenhuma fatalidade: é obra do homem, resultado de escolhas infelizes, decisões criminosas. Nossa espécie, como se sabe, parece ter algumas dificuldades de aprendizado. Nietzsche escreveu que muito sangue foi derramado até que as primeiras promessas e compromissos fossem cumpridos. É impossível dizer por quantas tragédias dessas ainda teremos que passar. Elas se repetem, com variações mais ou menos macabras, praticamente todos os dias em alguma parte do mundo e contra o próprio planeta.

Talvez nunca aprendamos com elas e sigamos convivendo com uma sucessão patética de eventos desta natureza, aguardando a nossa vez de sermos atingidos. Mas talvez tenhamos uma chance de aprendizado. Uma pequena, mas luminosa, chance. E ela aparece, paradoxalmente, em meio a uma sucessão de más escolhas, sob a forma de uma imensa onda de compaixão e solidariedade que mostra que podemos ser bem melhores do que somos, que temos valores e sentimentos que podem construir um mundo onde a vida seja definida não pela busca de lucro, de ambições mesquinhas e bens materiais tolos, mas sim pela caminhada na estrada do bom, do verdadeiro e do belo. A morte nos deixa sem palavras. Mas ela nos diz, insistentemente: é preciso, sempre, cuidar dos vivos e da vida."

Eu faço dessas palavas, as minhas. Todas as tragédias, são fruto das escolhas que nós, indivíduos ou sociedade, fazemos. Quando uma enchurrada soterra pessoas, um navio afunda, uma avião cai, carros batem, inundações engolem pessoas, tudo isso, são fruto das escolhas que fazemos.

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