segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A guerra da água já começou no Rio Grande do Sul... Somente haverão perdedores.

Uma guerra está chegando a nossa realidade. Tida como fonte de futuros conflitos, a água já começa a desencader esta gurrra bem próximo de nós.

A seca que se abate sobre o Rio Grande do Sul, causados pelos efeitos do fenômeno climático La Niña, mostra que a guerra prevista para meados de 2020, já iniciou por aqui.

Hoje, as notícias não são nada boas para o RS, principalmente para a Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA, onde os rios dos Sinos e Gravataí, estão com níveis críticos, o que gera conflitos de usos, principalmente entre as prefeituras e arrozeiros. Não há chuvas e, as perspectivas são de volumes mínimos neste verão. A previsão é de que esta seja muito severa e muito pior da que ocorreu em 2005, que praticamente secou o Gravataí.

Como sou representante da CORSAN, no Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, sei muito bem destes conflitos. Somente o rio Gravataí, abastece cerca de 1,3 milhões de pessoas em sete municípios da RMPA. Aqui existe um acordo que escalona o bombeamento quando o nível chegar a 1,00 m e suspende totalmente o bombeamento por parte dos arrozeiros quando atingir 0,50 m. Hoje o nível é de 1,13 m.

Está marcada para hoje (leia AQUI) na Assembléia Legislativa. onde prefeituras e arrozeiros, ficarão frente a frente para discutir o acesso a pouca agua que ainda corre no rio dos Sinos.

Segundo a matéria, há um plano de acabar com a lavoura de arroz, este plano foi alinhavado por integrantes da Associação dos Municípios da região (AMVRS) e do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos).

A proposta encaminhada a autoridades estaduais prevê acabar com o plantio de arroz até 2015. A produção seria extinta ao ritmo de 25% ao ano. Em resposta, o setor arrozeiro se mobiliza para mostrar que, se falta água no Sinos, é por culpa das administrações, que não investiram em barragens.

São interesses antagônicos, mas está em jogo o abastecimento de várias cidades e milhões de pessoas e, por outro lado, a questão econômoca dos produtores de arroz. Sabe-se que, nestes casos, a prioridade é do abastecimento, mas como ficam os produtores?

Mas o que importa mesmo é a falta de planejamento do Estado e dos municípios, em somente tratar do assunto, quando chega o problema. A pressão sobre os Recursos Hídricos somente tende a se agravar. A população aumentou vertiginosamente, assim como as atividades econômicas... mas os rios continuam os mesmos.

Como se resolve?

Não tenho a fórmula, mas todas as partes envolvidas devem estarem concientes de que estes problemas somente vão se agravar daqui para frente.

A situação é grave... muito grave...

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